Arqueólogos encontraram ainda uma bacia de purificação de calcário, moedas e ossos de animais no templo ptolomaico
O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito anunciou, por meio de um comunicado feito no Facebook, descobertas importantes feitas na área de Gabal El Haridi, na província de Sohag, ao sul do Egito, durante uma missão arqueológica realizada no último dia 4 de maio.
No local escavado foram encontrados restos de um templo dedicado à deusa Ísis durante a era do faraó Ptolomeu III, que governou o Egito entre 246 e 221 a.C. Ali, pesquisadores descobriram mais túmulos, uma casa-torre e outros objetos característicos de um local religioso, como uma bacia de purificação.
O templo tem 33 metros de comprimento e 14 de largura, com um eixe de norte a sul. Segundo o chefe do Setor de Antiguidades Egípcias do Conselho Supremo de Antiguidades, Ayman Ashmawy, a construção era formada “por ladrilhos de pedra de calcário local.”
Ainda de acordo com o pesquisador, o local religioso “consiste em um salão retangular aberto com quatro colunas no meio, seguido por um salão transversal com duas colunas no meio, levando ao Santo dos Santos, com uma escadaria na parede oeste”, explicou Ashmawy.
“A missão encontrou no lado norte do templo uma bacia de purificação de calcário e uma placa votiva para o templo”, acrescentou. “No lado norte, encontrou cinco óstracos com inscrições em demótico, além de 38 moedas do período romano e uma pequena parte de uma coluna de calcário. Alguns ossos de animais também foram encontrados e estudados, e acabaram sendo os restos da comida dos sacerdotes do templo”, disse, segundo nota.
“Cerca de 85 túmulos foram encontrados datando de diferentes períodos, desde o final do Antigo Reino do Egito até o final do período ptolomaico”, explicou Mohamed Abdel Badih, chefe da Administração Central de Antiguidades do Alto Egito, segundo reportou o site Al-Monitor.
Segundo o especialista egípcio, nos túmulos encontrados que remontam à era ptolomaica, foi possível descobrir cerca de 30 “cartões de múmia”, considerados como uma “licença de enterro”, que incluíam informações importantes sobre o morto. Lá também estavam restos humanos e múmias.
As cartas contavam com o nome do falecido, os nomes do pai ou mãe, local de nascimento, profissão, idade no momento da morte, salário, tarefas como trabalhador e, ainda, “súplicas aos antigos deuses egípcios”.
Além das tumbas, foi anunciada ainda a descoberta de uma casa-torre no local que, segundo secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mostafa Waziry, é um “posto de controle” cuja estrutura é formada por tijolos de barro.
Waziry acrescentou que a casa-torre, descoberta nas proximidades do templo da deusa Ísis, “foi construída para observar e vigiar o tráfego entre as fronteiras dos nomes, recolher impostos e proteger os barcos que navegam no [rio] Nilo.”
Para o especialista em antiguidades e membro do Comitê de História e Antiguidades do Conselho Supremo de Cultura, Abdel Rahim Rihan, “a descoberta da casa da torre prova que os antigos egípcios sabiam construir com tijolos de barro desde a época da Primeira Dinastia, a partir de Saqqara, Naqada e os túmulos de Abidos em Sohag.”