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Notícias / Emmett Till

Mulher que acusou Emmett Till, jovem negro linchado em 1955, não será indiciada

Júri no Mississippi se recusou a acusar Carolyn Bryant Donham, atualmente com 87 anos

Redação Publicado em 10/08/2022, às 10h13 - Atualizado em 28/08/2022, às 12h00

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Lápide de Emmett Till nos Estados Unidos - Getty Images
Lápide de Emmett Till nos Estados Unidos - Getty Images

A mulher que acusou o jovem negro Emmett Till de ter feito comentários obscenos e agarrá-la há quase 70 anos, que resultaram no linchamento do adolescente, não será indiciada no caso, informou o promotor de um júri no Mississippi, nos EUA.

Foram consideradas evidências e testemunhos que levaram em conta o envolvimento de Carolyn Bryant Donham no sequestro e morte de Till, cujo corpo foi encontrado no rio Tallahatchie dias após o linchamento.

Segundo o promotor local, Dewayne Richardson, o grande júri determinou que não havia provas suficientes para indiciar Donham, considerando ainda acusações de sequestro e homicídio culposo depois de ouvir mais de sete horas de depoimentos.

Para o reverendo Wheeler Parker Jr., primo de Emmett Till e a última testemunha viva do sequestro de Till, a decisão é "infeliz, mas previsível". Em comunicado, repercutido pela AFP, ele agradeceu ao promotor, mas lamentou o resultado.

“O promotor deu o seu melhor e agradecemos seus esforços, mas ele sozinho não pode desfazer centenas de anos de sistemas anti-negros que garantiram que aqueles que mataram Emmett Till ficariam impunes até hoje”, afirmou.

Ele acrescentou: “O fato é que as pessoas que sequestraram, torturaram e assassinaram Emmett o fizeram à vista de todos, e nosso sistema de justiça americano foi e continua sendo configurado de tal forma que eles não podem ser levados à justiça por seus crimes hediondos.”

Novas revelações

A decisão do júri foi tomada apesar de novas revelações no caso, feitas por um grupo que vasculhou o porão Tribunal do Condado de Leflore em junho, descobrindo um mandado de prisão não cumprido para Donham, o então marido Roy Bryant e o cunhado J.W Milam.

Eles estavam sendo acusados pelo sequestro de Till em 1955, mas nunca chegaram a ser levados sob custódia. Na época, outros homens responsáveis pelo linchamento foram julgados por um júri totalmente branco e absolvidos no Mississippi.

Além disso, em um livro de memórias não publicado, obtido pela AFP, a mulher escreveu que o marido e Milam sequestraram o jovem e trouxeram-no para que ela pudesse identificá-lo no meio da noite, mas que tentou ajudá-lo mentindo, dizendo que não era ele. No entanto, Till teria tido que era ele quem os homens estavam procurando.

Leia a história completa de Emmett Till nesta reportagem da Aventuras na História.


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