Pesquisadores listaram importantes sítios arqueológicos que necessitam de uma intervenção para que possam sobreviver aos danos do aquecimento global
Em um novo estudo, pesquisadores do Reino Unido, Quênia e Estados Unidos alertam para os perigos das mudanças climáticas em relação à preservação de monumentos históricos em território africano. O artigo recente foi publicado no jornal Azania, e pede por uma “intervenção significativa” para salvar patrimônios da humanidade. A informação foi divulgada pela BBC.
Os especialistas reuniram na pesquisa alguns sítios arqueológicos que estão ameaçados, como Suakin, localizado no Sudão. Este que já foi um importante porto no Mar Vermelho e, anos depois, atuou como centro de comercialização de escravos.
Jane Clarke, da University of East Anglia, no Reino Unido, trabalha para salvar o antigo local: “O que sabemos é que a costa do Mar Vermelho será afetada nas próximas décadas, o que significa que o que atualmente sobrevive será perdido”.
Considerado pela Unesco como o mais velho e bem preservado assentamento da África Oriental, a Cidade Velha de Lamu também corre risco de destruição pelas mudanças climáticas. O sítio de Swahili está sofrendo com o severo recuo da costa, colocando centenas de anos de histórias e relevantes registros das culturas islâmica e suaíli a prova.
Outro lugar que poderá ser perdido com os anos é o arquipélago vulcânico, Comores. As ilhas possuem vestígios do passado e um grande palácio antigo. Seguindo o mesmo padrão, fortalezas e castelos costeiros da Gana serão “erodidos pelo mar” em um futuro próximo.
Construções ainda mais antigas também integraram a lista dos pesquisadores. Como foi o caso da arte rupestre de Twyfelfontein, na Namíbia. Os desenhos pré-históricos poderão desaparecer devido ao aumento da umidade de áreas secas, que mantiveram, por todos esses anos, as pinturas conservadas.
Uma das imagens mais famosas do Mali, as duas mil casas de barro, conhecidas como Djenné, estão especialmente ameaçadas. Habitadas desde 250 a.C., o que já foi uma cidade grandiosa e importante comércio de ouro, hoje apresenta dificuldades para se manter funcionando. Isso, pois, a lama de alta qualidade usada para construir as residências já não são mais tão fáceis de encontrar.
“Portanto, muito do que chamaríamos de patrimônio natural é uma proteção ao patrimônio cultural. E à medida que destruímos o patrimônio natural, também deixamos os locais de patrimônio cultural expostos”, explica Clarke.