A polícia do norte da Irlanda encontrou o esqueleto em um pântano em Bellaghy, causando a descoberta de um mistério arqueológico curioso
Um esqueleto humano surpreendentemente bem preservado foi encontrado em um pântano em Bellaghy, Irlanda do Norte, pelo Serviço de Polícia local. Para a surpresa dos investigadores, os restos mortais datam de aproximadamente 2 mil a 2,5 mil anos atrás, revelando um intrigante mistério arqueológico.
O achado ocorreu após um alerta em outubro de 2023, quando ossos humanos foram avistados na superfície da turfeira, mas a polícia somente comunicou a respeito na última quinta, 25. Os investigadores inicialmente não tinham certeza sobre a idade dos restos, levando a uma escavação cuidadosa e profissional para preservar qualquer evidência de DNA que pudesse auxiliar em uma possível investigação criminal.
A inspetora Nikki Deehan, em comunicado, explicou a abordagem sensível da equipe: "Na primeira análise, não pudemos ter certeza se os restos eram antigos ou resultado de uma morte mais recente. Por isso, escavamos o corpo com plenas considerações forenses de maneira sensível e profissional".
Análises seguintes revelaram que não se tratava de uma morte recente, eliminando a necessidade de uma investigação criminal. O esqueleto, surpreendentemente preservado, apresentava ainda pedaços de pele, unhas dos dedos da mão esquerda, unhas dos pés e possivelmente um rim, segundo a Galileu.
O pesquisador Alastair Ruffell, da Queen's University em Belfast, descreveu as pesquisas realizadas para garantir a recuperação forense de alta qualidade. "Conduzimos duas fases de pesquisa de radar de penetração no solo de alta resolução no local. Os resultados não mostraram indicações de mais restos humanos".
O esqueleto estava em meio a restos fósseis de árvores, sugerindo que o indivíduo pode ter morrido ou sido enterrado em um bosque, ou então, foi levado para aquele local. As escavações, a cerca de um metro abaixo da superfície do solo, revelaram inicialmente ossos da perna inferior esquerda e do braço direito, indicando a possível idade entre 13 e 17 anos no momento da morte.
Investigações adicionais revelaram mais ossos pertencentes ao mesmo indivíduo, incluindo partes de um braço inferior esquerdo, um fêmur esquerdo e ossos dos dedos. A datação por radiocarbono, realizada pelo 14° Chrono Centre da Queen's University, estima que o jovem tenha morrido aproximadamente em 500 a.C.
A descoberta, única na Irlanda do Norte, destaca-se pela preservação excepcional do esqueleto e pela utilização pioneira da datação por radiocarbono em corpos de pântano na região.
O departamento Forest Service está trabalhando para transferir os restos para os Museus Nacionais da Irlanda do Norte, que conduzirá uma investigação mais aprofundada e preservará os restos históricos.