Além das mortes, houve dezenas de pessoas que ficaram feridas no ataque
A junta militar de Mianmar confirmou, nesta quarta-feira, 12, que realizou um ataque aéreo em uma aldeia no centro do país, resultando na morte de dezenas de pessoas, de acordo com a imprensa local.
A aldeia de Pazi Gyi estava realizando uma cerimônia para inaugurar um escritório das Forças de Defesa do Povo, um grupo armado antigolpe, quando foi atacada, informou o porta-voz da junta militar, Zaw Min Tun, na terça-feira, 11.
De acordo com informações da agência de notícias RFI, os serviços de notícias birmaneses da BBC, The Irrawaddy e Radio Free Asia relataram pelo menos 50 mortes e dezenas de feridos no ataque, ocorrido na região de Sagaing, um dos principais centros de resistência contra o exército no país.
Ainda segundo a fonte, o porta-voz militar admitiu que alguns dos mortos poderiam ser combatentes antigolpe fardados, mas não descartou a possibilidade de haver civis entre as vítimas.
Zaw Min Tun acrescentou que, conforme informações obtidas no local, as pessoas não morreram apenas por causa do ataque da junta, mas também por conta de minas colocadas pelo grupo armado antigolpe na área. Ele também afirmou que a ação militar visava um depósito de pólvora e minas.
Desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro de 2021, que depôs a governante civil Aung San Suu Kyi, Mianmar tem sido palco de um conflito violento entre a junta militar no poder e seus opositores.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou fortemente o ataque e pediu ao exército para encerrar a campanha de violência contra a população birmanesa.
Os Estados Unidos também expressaram profunda preocupação com o ataque e afirmaram que isso evidencia ainda mais o desprezo da junta militar pela vida humana e sua responsabilidade pela crise política e humanitária em Mianmar.