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Notícias / Estados Unidos

México denuncia leilão de artefatos arqueológicos em Nova York

Segundo as autoridades, são mais de 20 objetos pré-hispânicos, muitos deles pertencentes às culturas maia e olmeca

Vinicius Barbosa supervisionado por Pamela Malva Publicado em 17/05/2021, às 10h00

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Artefatos pré-hispânicos do leilão em Nova York - Divulgação/ Sotherby's
Artefatos pré-hispânicos do leilão em Nova York - Divulgação/ Sotherby's

No dia 11 de maio, a prestigiada casa de leilões Sotherby’s, em Nova York, nos Estados Unidos, iniciou as vendas de um lote especial, composto por 20 objetos pré-hispânicos. Dessa forma, o dono do maior lance poderá levar as peças até o dia 18 deste mês.

O problema é que, agora, o Ministério da Cultura do México e o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) denunciaram o evento ao procurador-geral da República, para agir contra os responsáveis do leilão.

Segundo o El País, a luta contra o comércio das peças visa recuperar os patrimônios históricos, mas tais esforços não começaram recentemente. Em fevereiro, por exemplo, a casa Christie’s lucrou cerca de 3 milhões de dólares (ou 15,8 milhões de reais) com a venda de diversos objetos ilegais, durante um leilão em Paris. 

No geral, os preços nas sessões podem chegar até 70 mil dólares (cerca de 369 mil reais) e, por causa da pandemia do Coronavírus, aqueles que quiserem ver os objetos antes de dar lances, deverão marcar um horário específico. 

O lote

Dentre as mais de 20 peças, está um machado maia, datado entre os anos de 550 a 950, com valor estimado de 50 mil até 70 mil dólares. Até a última sexta-feira, 14, três pessoas fizeram ofertas na peça, com o valor de 38 mil dólares (201 mil reais). 

O objeto, que conta com uma efígie que pode representar um jaguar, um morcego ou uma cobra, está relacionado ao jogo de bola, mas ainda não tem um uso claro para os peritos, segundo os leiloeiros afirmaram em seu site.

Sobre a procedência, acredita-se que a Albright-Knox Art Gallery, de Buffalo, adquiriu o objeto de seus antigos donos em 1944. Também foi confeccionado, em algum momento de sua história, uma base de madeira pelo artista japonês, Kichizo Inagaki.

Além do machado, uma figura de pedra verde de 10 centímetros, da civilização olmeca, também está disponível para os compradores. O objeto, que data entre os anos 900 e 300 a.C, foi adquirido em 2008 por um colecionador privado nos EUA. Outras informações sobre a peça, contudo, não foram divulgadas pela casa. Seu preço inicial é de 25 mil dólares (131 mil reais), e pode chegar a 41 mil dólares (210 mil reais). 

Além itens dos mencionados, o leilão ainda conta com quatro outras peças olmecas, quatro artefatos maias, um tlatilco, seis do atual território de Colima, três de Jalisco, dois de Nayarit, um de Huasteca e um de Veracruz.

A "cruzada" para recuperar os patrimônios 

Segundo autoridades mexicanas, as instituições "estão impedidas de dar mais informações", por se tratar de uma investigação aberta. Para elas, a urgência reside no fato de que se tem apenas mais cinco dias para interromper o leilão. 

A legislação mexicana diz que os objetos de culturas antigas em território mexicano pertencem à sua nação, mas ao sair ilegalmente do país, seu rastro é perdido. 

A luta do México para recuperar sua história é encontrada em diversos lugares espalhados pelo mundo. O caso que antecede o atual é de um leilão em Paris, que anunciou 33 peças de arte pré-hispânica.

Na ocasião, o governo mexicano não foi capaz de impedir o comércio dos artefatos, mesmo após severas denúncias. As vendas deste caso superaram os 3 milhões de dólares, sendo que três das figuras compradas foram consideradas falsas pelo INAH. 

Ainda assim, as instituições lembram que um caso de sucesso foi o de baixo-relevo de Xoc, achado em Paris em meados de 2015. Na época, a peça foi encontrada durante um leilão da Binoche et Giquello e acabou devolvida ao México após dois anos pela firma.