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Notícias / Crime

Médico é preso na Inglaterra por envenenar companheiro de sua mãe

O clínico geral Thomas Kwan tentou assassinar Patrick O'Hara disfarçado de enfermeiro, administrando uma falsa vacina de reforço da Covid

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 06/11/2024, às 15h00

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Thomas Kwan após ser preso e disfarçado - Divulgação/Polícia de Northumbria
Thomas Kwan após ser preso e disfarçado - Divulgação/Polícia de Northumbria

Nesta quarta-feira, 6, um médico clínico-geral de Sunderland, na Inglaterra, foi condenado a 31 anos e cinco meses de prisão. Thomas Kwan, de 53 anos, foi acusado de usar identidade falsa e orquestrar um plano para envenenar o parceiro de sua mãe, Patrick O'Hara, de 72, por não querer dividir o dinheiro de uma possível herança dela.

Foi proferido no tribunal da coroa de Newcastle que Kwan era obcecado por dinheiro e tinha um "senso de direito" à propriedade de sua mãe, Jenny Leung. Por isso, tentou assassinar o homem que foi parceiro de sua mãe nos últimos 20 anos, pois o via como um "impedimento potencial" à herança.

Isso porque em 2021, Leung fez um testamento que determinava que, caso ela morresse antes de O'Hara, sua casa só poderia ser vendida com a permissão dele. Isso enfureceu Kwan, e teve vários episódios de raiva entre ele e a mãe, e o relacionamento entre eles piorou, conforme apurado pelo Guardian.

Por mais que Kwan fosse médico e considerado "um homem de meios consideráveis", segundo o promotor Peter Makepeace KC, ele não tinha ganância "por falta de dinheiro. [...] É uma ganância gerada, pura e simplesmente, por ganância".

+ Giulia Tofana, a indomável envenenadora de maridos da Idade Média

Plano

No tribunal, foi revelado como Kwan orquestrou um plano para assassinar O'Hara, disfarçando-se de enfermeiro comunitário e injetando veneno nele no lugar de uma vacina de reforço contra a Covid. Para isso, ele inclusive falsificou documentos, disfarçou-se e até reservou um hotel com um nome falso, culminando no assassinato de O'Hara "bem na frente dos olhos de sua própria mãe, companheira de vida daquele homem".

Segundo um especialista do Ministério da Defesa, a substância mais provável de ter sido usada por Kwan era o iodometano, um produto químico muito usado como pesticida fumigante. Felizmente, O'Hara não morreu, mas acabou desenvolvendo uma doença rara e fatal chamada fasceíte necrosante — e por isso foi necessário remover porções de carne de seus braços, em vários procedimentos.

Após o episódio, O'Hara sofreu com transtorno de estresse pós-traumático extremo, e hoje não está mais em um relacionamento com Jenny Leung. Ele relatou que, logo após a injeção, sentiu como se seu braço estivesse pegando fogo, com "uma dor instantânea e excruciante". Porém, o "enfermeiro" que o atendeu, que era Kwan disfarçado, disse que a reação era comum, e outros médicos apenas suspeitaram que tenha sido uma injeção de Covid malfeita.

Passado todo o transtorno inicial, O'Hara ainda relatou sentir medo de que Kwan fosse solto e o perseguisse. Porém, agora o julgamento foi concluído no tribunal da coroa de Newcastle, e o homem foi condenado a mais de 30 anos de prisão, segundo o The Guardian.