De acordo com o governo venezuelano, Maduro teme um plano da extrema-direita para atacá-lo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não comparecerá à cúpula da Celac por haver plano da extrema direita para atacá-lo, como ele mesmo afirmou, segundo a revista Planeta. A 7ª cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos ocorre hoje no hotel Sheraton, em Buenos Aires, reunindo representantes das 33 nações latino-americanas e caribenhas.
“Nas últimas horas, fomos informados de maneira incontestável de um plano elaborado no seio da extrema direita neofacista, cujo objetivo é levar a cabo uma série de agressões contra a nossa delegação, encabeçada pelo presidente”, afirma um comunicado do Executivo venezuelano.
A presença de Maduro gerou uma onda de rejeiçõesentre opositores de Alberto Fernández. Como informado no comunicado, Maduro decidiu enviar como chefe da delegação para representá-lo na Argentina, o ministro do Exterior, Yván Gil.
Ainda segundo seu gabinete, o presidente da Venezuela não comparecerá “a fim de contribuir para o bom desenvolvimento e conclusão bem sucedida” da cúpula.
De acordo com o governo da Venezuela, a extrema-direita argentina pretende “montar um show deplorável a fim de perturbar os efeitos positivos” da cúpula da Celac e, “dessa forma, contribuir para a campanha de descrédito” contra a Venezuela. Isso estaria sendo traçado a partir dos Estados Unidos.
Maduro até mesmo cancelou uma reunião com Lula marcada para essa segunda-feira. O presidente do Brasil já encontra-se em Buenos Aires desde domingo e criticou a oposição da Venezuela afirmando que “se fez uma coisa abominável com a democracia” com o reconhecimento do líder opositor Juan Guaidó como presidente interino.
Guaidó foi reconhecido como presidente em vários países, no entanto, o esforço da oposição de se impor ao governo de Maduro fracassou.
A presença de Maduro na Celac fez com que ele fosse até mesmo denunciado na Justiça por organizações civis por violações nos direitos humanos. Com uma onda de rejeição na Argentina, líderes da oposição pediram para que ele fosse preso ao chegar ao país.
Opositores do governo de Alberto Fernández comemoraram a ausência de Maduro no evento e Horacio Rodríguez Larreta, o prefeito de Buenos Aires — e também um dos potenciais candidatos como presidente pela coalizão de centro-direita Juntos pela Mudança — considerou a ausência do líder da Venezuela uma vitória na defesa da “tradição democrática” do país.