Obra foi considerada controversa desde o lançamento
Apenas dois meses após o lançamento do instigante livro “Quem traiu Anne Frank?: A investigação definitiva sobre a morte da autora do diário mais famoso do mundo”, a editora holandesa responsável pela obra decidiu retirá-lo de circulação.
Decisão foi tomada após a publicação de um relatório que levantava uma série de críticas à investigação policial na qual o livro foi baseado. O artigo, que contou com a autoria de cinco historiadores de renome da Holanda, foi divulgado na última terça-feira, 22.
Com base nas conclusões deste relatório, decidimos que, com efeito imediato, o livro não estará mais disponível. Apelaremos às livrarias para que devolvam o seu estoque. Gostaríamos mais uma vez de oferecer nossas sinceras desculpas a todos que se sentiram ofendidos com o conteúdo deste livro", afirmou a editora Ambo Anthos através de um comunicado em seu site oficial.
"Quem traiu Anne Frank?", que foi escrito por Rosemary Sullivan, se dedicava a compilar as conclusões de uma investigação conduzida em 2016 por Vince Pankoke, um membro do FBI aposentado, repercutiu o The Guardian.
O traidor apontado pelo trabalho do já falecido oficial foi Arnold van den Bergh, um proeminente judeu holandês. Ele teria durado o esconderijo da família de Anne Frank à polícia nazista para a proteção dele mesmo e dos seus, de acordo com a obra, que enfatiza que os verdadeiros culpados da triste situação são, na verdade, os nazistas.
A despeito disso, diversas instituições dedicadas à memória das vítimas do Holocausto manifestaram sua oposição à existência do livro.
O relatório que motivou o interrompimento definitivo das vendas da obra apontou que as evidências encontradas por Pankoke não eram fortes o suficiente para que "uma acusação tão séria" fosse feita. O fato, afinal, também inevitavelmente colocou o já falecido Arnold van den Bergh e seus descendentes sob escrutínio público.