Os seis jovens, que cresceram com pais biológicos abusivos, iniciaram uma ação judicial após serem expostos a novos traumas
Um grupo de irmãos chamou a atenção dos Estados Unidos em 2018, quando foi descoberto que seus pais biológicos, David e Louise Turpin, submeteram 13 filhos a um tratamento chocante, os espancando, prendendo em gaiolas como forma de punição e os deixando passar fome rotineiramente, tudo enquanto eram totalmente isolados do restante do mundo.
A entrada no sistema de adoção norte-americano, contudo, não significou necessariamente uma melhora de vida para os jovens Turpin, conforme revelado por dois processos judiciais diferentes iniciados por eles.
Um está sendo movido contra o governo do Condado de Riverside, e outro acusa a Childnet, que é uma agência privada de assistência social. Essas instituições teriam falhado em proteger os menores de idade, enviando-os para um lar adotivo em que o grupo foi exposto a abusos físicos, emocionais e sexuais durante três anos.
De acordo com informações obtidas pela revista People, a família adotiva, composta por dois cuidadores identificados apenas como "Sr. O" e "Sra. O", assim como a filha adulta do casal, possuíam um histórico de maus-tratos infantil e negligência, contudo, isso teria sido ignorado pela agência.
Ela [a Childnet] tinha um motivo financeiro para continuar colocando um grande número de crianças neste lar adotivo e, assim, fortalecer sua relação com o Condado de Riverside, e colocou esse motivo financeiro à frente de sua responsabilidade com as crianças", acusaram os irmãos Turpin no documento do processo.
Após finalmente se livrarem de seus pais biológicos abusivos, que foram sentenciados à prisão perpétua por crimes como crueldade infantil, tortura e cárcere privado, os menores de idade infelizmente acabaram sendo colocados sob os cuidados de uma família adotiva não muito melhor.
Nesse novo ambiente traumático, eles foram violentados sexualmente, machucados com um cinto e forçados a contarem em detalhes as perturbadoras experiências que haviam vivido enquanto moravam com David e Louise Turpin, ainda de acordo com os documentos da ação judicial.
Os pais adotivos ainda teriam certa vez forçado os pequenos a comerem até vomitarem. "Depois que eles [as crianças] começaram a vomitar, eles [os adultos] os forçaram a comer seu próprio vômito", relatou o processo, também segundo as informações apuradas pela People.
Os Turpin sofreram alguns dos abusos infantis mais repugnantes que o condado de Riverside já viu. Depois que essas crianças vulneráveis foram libertadas, elas foram colocadas pelo condado através do Childnet em um lar adotivo já conhecido por ser abusivo", pontuou Elan Zektser, advogado de um dos jovens estadunidenses, em um comunicado.
Atualmente, os 13 irmãos Turpin se encontram reunidos em um único orfanato, e seus representantes legais afirmam que estão, finalmente, seguros.