Relator especial da ONU citou casos de assassinatos e violência sexual, por exemplo, cometidos pelas autoridades do Irã
Nesta segunda-feira, 20, um relator especial da ONU afirmou, durante apresentação do novo relatório para o Conselho de Direitos Humanos, que as violações cometidas pelo Irã contra a população, sendo assassinatos, tortura, estupros, perseguições e violência sexual, podem equivaler a crimes contra a humanidade.
Segundo informações do portal UOL, em outro momento, Javaid Rehman assegurou que as violações são "as mais graves" no país nas últimas quatro décadas. Além disso, ele citou o caso de Mahsa Amini, curda iraniana de 22 anos presa por violar o código de vestimenta, que posteriormente morreu sob custódia policial no dia 16 de setembro do ano passado.
A magnitude e a gravidade das violações cometidas pelas autoridades iranianas, especialmente após a morte de Amini, apontam para possíveis crimes internacionais cometidos, em particular os crimes contra a humanidade, como assassinato, prisão, desaparecimento forçado, tortura, estupros, violência sexual e perseguições", acrescentou Rehman.
Ao longo do discurso oficial, o especialista da ONU reiterou que o caso de Amini "não é um incidente isolado, mas o mais recente de uma longa série de atos de extrema violência cometidos pelas autoridades iranianas contra mulheres e meninas".
Conforme noticiado pela agência Reuters, Rehman ainda destacou os acontecimentos acerca dos protestos no Irã, que deixaram 527 pessoas mortas, incluindo 71 crianças:
As crianças libertadas [dos protestos] descreveram abusos sexuais, ameaças de estupro, surras, administração de choques elétricos e como suas cabeças foram mantidas debaixo d'água, e como foram suspensas pelos braços ou lenços enrolados em seus pescoços".