Segundo os especialistas, tais programas de espionagem estão sendo utilizados de forma indevida
Especialistas afirmaram à ONU nesta quinta-feira, 2, que as autoridades espanholas devem fazer uma investigação profunda acerca da suspeita de uso dos programas de espionagem Pegasus e Candiru contra ativistas e figuras públicas catalães na Espanha, depois da campanha pela independência de 2017.
Os celulares de mais de 60 pessoas da órbita separatista catalã foram infectados pelo programa de espionagemisraelense Pegasus, entre 2017 e 2020, de acordo com um relatório da organização canadense Citizen Lab, divulgado no último ano, em abril.
Dentre as vítimas, os especialistas da ONU revelaram que estavam membros do Parlamento Europeu, legisladores, advogados e membros de organizações da sociedade civil, e também líderes catalães.
As autoridades espanholas devem fazer uma investigação completa, justa e efetiva dessas denúncias, publicar os resultados e impedir qualquer interferência ilegal nos direitos fundamentais dos ativistas da minoria catalã na Espanha", disseram os especialistas.
Em outubro de 2017, as tensões entre o movimento da independência da Catalunha e o governo central atingiram seu auge, quando os separatistas organizaram um referendo considerado ilegal, sobre autodeterminação, e, após isso, sem sucesso e de modo unilateral, declararam a independência da região.
No final de 2022, o grupo entrou em contato com o governo espanhol a fim de discutir o assunto, mas o Executivo respondeu dizendo que uma investigação estava em curso e não poderia se pronunciar a respeito.
O grupo também manifestou sua preocupação com o alcance e com tamanha sofisticação do “spyware”, principalmente pelo fato de ele estar sendo usado de forma inadequada.
Segundo o grupo, conforme a AFP, via UOL, o sistema está sendo usado contra "líderes e ativistas de minorias que não participaram de qualquer atividade violenta", podendo "levar a uma maior autocensura”.