Relatório desenvolvido pelas instituições revela que muitas das mortes no país em relação a covid-19 poderiam ter sido evitadas
Uma série de entidades nacionais reuniu esforços para contatar as Nações Unidas a respeito da situação brasileira. As informações são da coluna de Jamil Chade, no UOL.
A versão preliminar do documento criado por elas afirma que a negligência do governo Bolsonaroem relação à pandemia gerou um "crime de extermínio", e apela ao Tribunal Penal Internacional que tenha consequências.
O órgão é responsável por investigar genocídios, crimes de guerra e crimes contra à humanidade.
"Os atos de ação e omissão do estado e do governo brasileiro na condução do enfrentamento da pandemia resultaram numa mortalidade por covid-19 no Brasil 4 a 5 vezes maior do que a média mundial", diz o relatório, também conforme o veículo.
Os dados foram levantados por Pedro Hallal, especialista em epidemiologia, e chegam à conclusão que cerca de 4 ou 5 das mortes causadas pela pandemia no Brasil poderiam ter sido evitadas.
"Isso, com base nos dados coletados até o final do mês de agosto de 2021, representa um total estimado de 467.093 mortes que poderiam ter sido evitadas, bem como o sofrimento dos milhões de familiares, em particular os milhões de órfãos e sequelados que terão que enfrentar as consequências da desestruturação de suas famílias e vidas", relata o informe ainda.
Algumas das entidades a participarem do desenvolvimento do documento são o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), o Fórum Ecumênico Act Brasil (FeAct), o Fórum Nacional de Defesa do Direito Humano à Saúde, o Conselho Nacional de Direitos Humanos e Conselho Nacional de Saúde (CNS).
"Um mandatário que em momento algum demonstrou qualquer empatia pelos acometidos pela virose, muito pelo contrário, ridicularizava-os chamando-os de fracotes, deixou claro que a vida, o bem mais caro de seus concidadãos, que o elegeram para governar o país, não tinha o menor valor para ele", diz um trecho a respeito de Jair Bolsonaro.
A previsão é que o relatório seja entregue à ONU no próximo dia 4 de novembro.