Em 1975, o governo da Inglaterra comandou o policiamento da "atividade subversiva nas escolas"
Na Inglaterra, está ocorrendo um chocante inquérito público a respeito das operações de espionagem em larga escala realizada pelo MI5 (serviço secreto britânico) desde 1968, que alguns acreditam ter violado liberdades civis dos ingleses.
Descobertas de anos anteriores da investigação incluem o dado que oficiais disfarçados do MI5 infiltraram-se em pelo menos mil grupos políticos ao longo das décadas com o objetivo de compilarem dados relativos aos protestos sendo planejados e identificação de líderes ativistas, de acordo com o The Guardian.
A maioria dos movimentos vigiados, vale dizer, eram de esquerda, além de terem caráter pacífico e agirem dentro dos conformes da lei.
Nesta segunda-feira, 9, por sua vez, foram divulgados documentos de 1975 que revelam uma solicitação de vigilância do que foi chamado de "atividade subversiva nas escolas".
Ainda de acordo com o The Guardian, as observações feitas pelos policiais secretos incluem a descrição de estudantes garotos como "efeminados", e observações de como jovens em idade escolar usavam seu tempo livre. Atividades de cunho político, em particular, eram de grande interesse do serviço secreto.
A espionagem também se estendia a professores que estariam "usando sua posição para fins subversivos, por exemplo, tentando converter alunos ou disponibilizando instalações escolares para organizações subversivas", dizia o documento.
As informações coletadas a respeito dos estudantes de inclinações políticas consideradas "subversivas" eram por vezes motivo para que continuassem sendo alvo de vigilância mais tarde. Assim, criavam-se arquivos que acompanhavam membros de movimentos políticos desde sua adolescência.