Segundo relatório da Polícia Militar, a letalidade policial diminuiu bastante no estado depois da alta histórica registrada em 2020
No ano passado, uma análise divulgada pela Polícia Militar de São Paulo revelou que o primeiro semestre de 2020 foi o mais letal em 25 anos de atividades da corporação. Agora, depois da alta histórica, o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço vem diminuindo gradativamente há 18 meses, segundo o relatório da PM.
Dados repercutidos pelo portal R7 mostram que, entre junho de 2019 e novembro de 2020, 1.039 pessoas foram mortas pelos oficiais. Entre junho de 2020 e novembro de 2021, no entanto, 676 civis foram assassinados — uma redução de 35%.
O problema é que, por mais que a queda seja animadora, o número de mortes causadas por policiais militares ainda é muito grande. Nesse sentido, a média mensal de fatalidades durante intervenções policiais em 2021 é de 36, mais de uma por dia.
A análise da Polícia Militar ainda revelou que, em setembro deste ano, 11 agentes da corporação morreram em serviço, enquanto 34 faleceram em todo o ano passado. De maneira preocupante, a maioria dos oficiais morreu enquanto estava fora do serviço.
A queda na taxa de mortes causadas pelos policiais militares se deu depois que diversas mudanças foram adotadas pela corporação. Diante do alto índice de mortes, a PM instalou uma comissão interna, cujo objetivo é analisar protocolos de abordagem.
Ainda mais, a corporação também afirma ter reforçado a investigação de seus agentes e investido na compra de equipamentos menos nocivos aos suspeitos. Isso sem contar a aquisição de câmeras corporais que foram acopladas aos uniformes dos oficiais.
No total, desde agosto do ano passado, 3 mil câmeras já foram distribuídas para 18 batalhões da Polícia Militar. Tais batalhões, inclusive, apresentaram letalidade zero em junho deste ano — mês com o menor número de mortes causadas pela PM desde 2013.
Agora, dando continuidade às mudanças feitas na PM, uma comissão deverá ser montada até o começo de 2022 com o objetivo de monitorar a letalidade policial, além de identificar quais são os fatores de risco na atuação dos oficiais.
Conforme repercutido pelo R7, a comissão deverá contar com representantes da Defensoria Pública, do Ministério Público e da sociedade, que serão selecionados através do Instituto Sou da Paz e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.