Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, idosa ficou mantida por 3 anos em quarto de motel sob condições insalubres; ela tinha, ainda, renda mensal de R$ 15 mil, administrada pelo filho
Na última quinta-feira, 16, um homem foi preso na cidade de Olinda, na Grande Recife, Pernambuco, acusado de praticar maus-tratos e manter em cárcere privado a própria mãe, uma idosa de 94 anos, em um quarto de motel. Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, ela teria passado três anos no local, vivendo sob condições insalubres, como informado em nota divulgada na segunda-feira, 20; a corporação ainda disse que o local era sujo e tinha forte cheiro de urina.
Conforme relatado pelos agentes, a vítima estava "magra e sem nenhuma orientação de tempo e espaço, pois nem sequer uma janela era aberta". Além disso, ela foi encontrada sem roupas e usando somente uma fralda, enrolada em cobertas, como informado pelo g1.
Identificamos esses maus-tratos. A idosa estava sem dignidade, sem se alimentar direito e sem ver a luz do dia", disse a delegada responsável pelo caso, Nívea Lima, em entrevista coletiva.
Logo após ter sido encontrada, a idosa foi socorrida por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e encaminhada para o Hospital Tricentenário, também na cidade de Olinda. Segundo os médicos, o quadro de saúde dela é "estável".
Além do mais, também foi descoberto que a idosa, sozinha, possui imóveis e uma renda mensal no valor de R$ 15 mil — dinheiro este que, no entanto, era administrado pelo filho. "Estamos dialogando com o Ministério Público para definir o futuro dela. Soubemos que ela está bem, no hospital. É bem provável que ela siga para um abrigo", acrescenta a delegada Lima.
O homem, por sua vez, foi acusado de maus-tratos contra a própria mãe, além de cárcere privado no contexto de violência doméstica e familiar. Quando encaminhado para audiência de custódia, teve prisão preventiva decretada. A identidade de ambas as pessoas, mãe e filho, não foi revelada.
Por fim, os agentes da Polícia Civil revelaram que tiveram conhecimento do caso após denúncias anônimas. Na entrevista coletiva, a delegada responsável pelo caso também explicou por que motivo, mesmo depois de 3 anos, os donos do motel não acionaram as autoridades:
"Ele alugou esse quarto e disse que a casa da família estava em reforma. Durante todo esse tempo, ele rejeitou o serviço de quarto e a limpeza. Os proprietários do motel não são obrigados a denunciar nem têm autorização para entrar sem o consentimento do cliente", afirmou a delegada Nívea Lima.