A "descoberta de uma vida" aconteceu na cidade escocesa de Stirling; saiba mais!
No subúrbio de Causewayhead, na cidade escocesa de Stirling, Paul McDonald, de 44 anos, fez uma surpreendente descoberta enquanto escavava o quintal de sua casa para a construção de uma piscina para seus quatro filhos.
No local, Paul encontrou o crânio de um golfinho de cerca de 8.000 anos. "Eu estava cavando na piscina quando peguei algo incomum", contou à BBC. McDonald disse ter reconhecido os restos do animal no mesmo instante, devido à sua forma inconfundível e fileiras de dentes.
Eu vi a redondeza do crânio e depois vi o focinho e os dentes, e soube imediatamente que era um golfinho".
Os ossos do cetáceo foram encontrados preservados em argila, apenas cerca de 80 centímetros abaixo do nível do solo. Arqueólogos acreditam que o animal possa ter sido enterrado no local há 8 mil anos, durante a última Era do Gelo. O achado vem sendo descrito como "a descoberta de uma vida".
+ O experimento que fez uma mulher ter relações com um golfinho
O esqueleto do golfinho não foi a única coisa descoberta na escavação. Ao lado do corpo do animal de 3 metros de comprimento também havia uma ferramenta feita de chifre de veado, com a ponta quebrada, que teria sido utilizada para cortar a carne do mamífero — especialistas apontam que o golfinho possa ter servido de refeição.
"Preso no barro naquela profundidade, eu sabia que devia ser velho. Agora que foi encontrada uma ferramenta que nos conta mais sobre o que estava acontecendo, é alucinante", continuou McDonald.
Compramos a casa há seis anos e encontrei algumas coisas interessantes, como garrafas e moedas antigas, mas sempre quis encontrar algo assim."
Especialistas dos Museus Nacionais da Escócia (NMS) já removeram o crânio do golfinho para análise, mas ainda não escavaram completamente o local para encontrar o restante do esqueleto — que pode ser a primeira deste tipo na Escócia em mais de um século.
"Eu não acho que um deles já tenha sido objeto de escavação moderna", disse o arqueólogo Murray Cook. Registros recentes mostram que ossos de uma baleia foram descobertos perto de Stirling em 1897. Mas não existe nenhum registro sobre a descoberta de golfinhos.
"Depois da Idade do Gelo, após o recuo do gelo, esta área era um vasto mar interior repleto de vida", explicou Cook. "Nossos primeiros ancestrais caminhavam pela costa todos os dias em busca de alimentos, como algas e mariscos, e se uma foca, uma baleia ou um golfinho aparecesse, seria capturado quase imediatamente."
"A ferramenta feita de chifre significa que eles estavam entrecortando o golfinho e isso é tremendamente emocionante", acrescentou. "A ponta quebrou — ainda esperamos encontrá-la — e eles a descartaram."
Apesar do processo de estudo ainda estar na etapa inicial, uma análise por radiocarbono poderá calcular com precisão a idade do golfinho — que no exame inicial foi indicado como uma fêmea, devido ao seu tamanho menor e com base no estado de seus dentes.