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Há 800 milhões de anos, Terra era mais diversa do que se imaginava, revela estudo

Há 800 milhões de anos, a Terra era mais diversa do que se pensava, com várias linhagens de espécies já habitando o planeta, revela estudo

Luiza Lopes Publicado em 08/08/2024, às 13h00

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À esquerda, o fóssil de uma tecameba; à direita, espécime de grupo de amebas tecadas amebozoárias modernas - Divulgação/Luana Morais e João Alcino
À esquerda, o fóssil de uma tecameba; à direita, espécime de grupo de amebas tecadas amebozoárias modernas - Divulgação/Luana Morais e João Alcino

Há 800 milhões de anos, a Terra era mais diversa do que se pensava, com várias linhagens de espécies já habitando o planeta, muito antes da formação do supercontinente Pangeia.

Pesquisadores brasileiros, ao reconstituir a árvore da vida com base na evolução de amebas e ancestrais de algas, fungos, plantas e animais, revelaram que essas linhagens de eucariontes (organismos com células que possuem núcleo) surgiram há 1,5 bilhão de anos e se diversificaram durante o evento de oxigenação do Neoproterozoico.

Conforme relatado pela agência Fapesp, esses seres sobreviveram ao período Criogeniano, marcado por eventos de glaciaçãoextrema que cobriram o planeta por cerca de 100 milhões de anos.

Diversificação dos organismos

As descobertas, publicadas na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS), desafiam a visão tradicional de que havia pouca vida na Terra naquela época, antecipando em cerca de 260 milhões de anos os eventos de diversificação em massa que se acreditava terem ocorrido somente durante a explosão do Cambriano, há 540 milhões de anos.

O estudo também destacou a surpreendente capacidade de adaptação desses organismos, como as amebas Arcellinida, que originalmente habitavam águas salgadas e hoje vivem em água doce.

Segundo a agência Fapesp, a pesquisa utilizou técnicas inovadoras de filogenética para traçar a evolução dessas amebas e, a partir delas, identificar a diversificação de outros grupos de seres vivos, oferecendo novas perspectivas sobre a complexidade dos ecossistemas antigos e a evolução da vida na Terra.

A partir dessa ampliação da árvore da vida, foi possível obter descobertas interessantes sobre um período da história do planeta que ainda era muito obscuro. Com a calibração da árvore a partir do estudo filogenético das tecamebas, conseguimos duplicar a quantidade de informação sobre os eucariontes no Neoproterozoico. Nossos dados mostram que é nesse momento que começa a surgir uma diversidade grande de linhagens, uma delas é a dos animais, outra dos fungos e, possivelmente, as plantas”, disse Daniel Lahr, autor sênior do artigo, à agência.