A administração de Jair Bolsonaro foi alvo de críticas pesadas durante discurso de líder da Central de Sindicatos Brasileiros
A conferência anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que está sendo realizada na cidade suíça de Genebra, teve início no último dia 27 de maio, e se estende até o próximo sábado, 11.
Durante o evento, Antônio Neto, que é o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, teceu uma série de críticas ao governo Bolsonaro, acusando-o de promover o genocídio com sua administração durante a pandemia, além de tornar "ainda mais graves" os "ataques contra os trabalhadores".
"O atual governo deu continuidade e tornou ainda mais graves os ataques contra os trabalhadores, retirando direitos, desmontando a Previdência, perseguindo os sindicatos, enfraquecendo as negociações coletivas, sendo complacente com o trabalho infantil e escravo e escolhendo os servidores públicos como inimigos", afirmou Neto em seu discurso, conforme repercutido pelo UOL.
O líder sindical ainda apontou que a democracia estaria sendo colocada em cheque pelas autoridades atuais do Brasil.
"O governo brasileiro, que tem uma agenda negacionista e economicamente cruel, que produziu um genocídio na pandemia com quase 670 mil mortos — taxa de mortalidade quatro vezes maior que a média mundial — promove um tensionamento em nossa democracia", apontou o presidente do Centro dos Sindicatos Brasileiros.
O presidente do Brasil estimula a desconfiança do sistema eleitoral, incentiva a desarmonia entre os poderes e atiça seus seguidores a perseguir a imprensa, a oposição e o judiciário”, completou ele, ainda de acordo com o UOL.
Antônio Neto ainda trouxe uma série de dados preocupantes em seu discurso, afirmando, por exemplo, que os 100 milhões de brasileiros mais pobres do país concentram a mesma quantidade de riqueza que os 5 mais ricos.
As acusações graves feitas pelo líder do órgão sindical levaram o governo a elaborar uma resposta oficial.
"A fim de enfrentar os efeitos devastadores da pandemia no mundo do trabalho, o governo brasileiro promulgou com sucesso programas de retenção de empregos, que garantiram empregos para 11 milhões de trabalhadores, e transferência de dinheiro, que forneceram ajuda imediata para quase 70 milhões de pessoas, concentrando-se nas pessoas mais vulneráveis", afirmaram as autoridades brasileiras em um comunicado divulgado nesta terça-feira, 7.
A desigualdade de renda reduziu-se de volta aos níveis pré-pandêmicos e vem diminuindo desde então. Atualmente, o programa chamado Auxilio Brasil atinge mais de 18 milhões de famílias (...) O desemprego está agora em seu nível mais baixo desde 2015, ou seja, 10,5%. É a taxa mais baixa em 6 anos", continuou a mensagem oficial.
Outro ponto levantado pelo governo em sua defesa foi a parcela da população elegível que já se encontra vacinada com as duas doses, quantidade que alcança 83%.