O governador, que defende o garimpo, afirmou ainda que a atividade não é a causa da crise Yanomami
O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), declarou que o garimpo ilegal não é responsável pela atual crise sanitária na Terra Indígena Yanomami e defendeu que o governo federal forneça auxílio aos garimpeiros para que deixem o território.
"Em outras regiões que não tem garimpo os indígenas da terra Yanomami eles têm desnutrição. Então não quer dizer que é o garimpo, que é o fator predominante", disse o político, que é bolsonarista e pró-garimpo, ao portal de notícias G1.
A fala do governador contraria autoridades como o Ministério Público Federal (MPF), líderes indígenas, ambientalistas e até mesmo o Ministério da Saúde, que apontam que o avanço do garimpo e a omissão do estado brasileiro resultaram na crise.
De acordo com a fonte, a Hutukara Associação Yanomami estima que cerca de 20 mil invasores estão atuando atualmente com o garimpo na terra indígena.
O governador disse, durante a entrevista, que a atividade garimpeira é fonte de renda para as pessoas que se encontram no território e defendeu que o governo dialogue com os responsáveis.
"Os garimpeiros têm que arrumar outra outra alternativa de rendimento com apoio do governo federal, para que possa tirar eles das áreas que eles estão trabalhando. Ou seja, o governo do estado trabalha pelas pessoas não indígenas, e indígenas também", declarou o político.
Durante seu primeiro mandato, Denarium sancionou duas leis que beneficiavam a prática, mesmo com as denúncias de que a saúde Yanomami vinha se agravando nos útimos quatro anos. Em ambos os casos, as matérias foram consideradas inconstitucionais e barradas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O governador bolsonarista ainda defendeu que os indígenas querem se adaptar fora da cultura Yanomami e que além de saúde e educação, eles desejam ter seus próprios carros.
"As comunidades indígenas, os povos indígenas, também têm o desejo de evoluir e ter o seu trator, ter o seu carro, ter parabólica, atendimento de saúde, eles querem também uma educação de boa qualidade. Aqui, em Roraima, nós temos indígenas que são médicos, advogados, professores", declarou o político.