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Notícias / Astronomia

Fusão de buracos negros mais distante já vista é detectada por James Webb

Além de a fusão de buracos negros mais distante, essa é a primeira vez que o fenômeno é observado, em um tempo considerado cedo para o Universo

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 16/05/2024, às 12h12

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Fotografia tirada pelo telescópio James Webb - Domínio Público via Wikimedia Commons
Fotografia tirada pelo telescópio James Webb - Domínio Público via Wikimedia Commons

Recentemente, astrônomos utilizando do Telescópio Espacial James Webb detectaram uma fusão entre dois buracos negros de galáxias distintas quando o Universo tinha apenas 740 milhões de anos. Além de este achado ser o fenômeno do tipo mais distante já identificado, ele também ocorreu quando o Universo ainda era "jovem" — lembrando que estima-se que ele possua 13,8 bilhões de anos.

Divulgada nesta quinta-feira, 16, no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, esta descoberta marca a primeira vez que esse fenômeno é observado tão cedo na história do Universo.

Vale mencionar que a presença de dois buracos negros grandes o suficiente para se fundirem, mesmo que em galáxias diferentes, sugere que eles tiveram grande impacto na evolução cósmica — embora ainda seja um mistério como cresceram tanto.

O fenômeno em questão foi observado no sistema galáctico ZS7. "As nossas descobertas sugerem que a fusão é uma via importante através da qual os buracos negros podem crescer rapidamente, mesmo no amanhecer cósmico", pontua em comunicado a principal coautora do estudo, Hannah Übler, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

Juntamente com outras descobertas do Webb sobre buracos negros massivos e ativos no Universo distante, os nossos resultados também mostram que os buracos negros massivos têm moldado a evolução das galáxias desde o início", continua.

+ James Webb descobre buraco negro mais distante e mais antigo do universo

Descoberta

Conforme repercutido pela Revista Galileu, os astrônomos envolvidos na pesquisa descobriram pistas de um gás muito denso e com movimentos rápidos nas proximidades de um dos buracos negros, além de "gás quente e altamente ionizado iluminado pela radiação energética geralmente produzida por buracos negros em seus episódios de acreção [acúmulo de matéria em sua superfície]", que possibilitou diferenciar os objetos, segundo o estudo.

Os pesquisadores também estimam que um dos buracos negros identificados possui uma massa cerca de 50 milhões de vezes maior que a do Sol. "A massa do outro buraco negro provavelmente é semelhante, embora seja muito mais difícil de medir porque este segundo buraco negro está enterrado em gás denso", pontua Roberto Maiolino, outro membro da equipe.

Os resultados de Webb dizem-nos que os sistemas mais leves detectáveis ​​pela LISA devem ser muito mais frequentes do que se supunha anteriormente", conclui Nora Luetzgendorf, cientista chefe do Projeto LISA (Laser Interferometer Space Antenna, que será o primeiro observatório dedicado ao estudo de ondas gravitacionais), da Agência Espacial Europeia, no comunicado.