Descoberta arqueológica consiste em 16 fragmentos de telhas, que podem possuir relação com a história do Hanukkah, importante festa judaica
Em meio a escavações no Parque Nacional da Cidade de David, localizada fora dos muros da Cidade Velha de Jerusalém, arqueólogos descobriram uma pilha com 16 fragmentos de antigas telhas de cerâmica.
Datadas do século 2 a.C., quando a região vivia o chamado "período helenístico", o que mais intriga é o fato de elas possivelmente terem relação com a história do Hanukkah, uma importante festa judaica também conhecida como "festival das luzes".
De acordo com o Live Science, as telhas são mais antigas já descobertas em Israel, e foram levadas durante o reinado de Antíoco IV Epifânio, rei helenístico grego descrito na história do Hanukkah. É dito que quando ele invadiu Jerusalém, contaminou o templo e impediu os judeus de praticarem sua religião — o que teria desencadeado, eventualmente, a Revolta dos Macabeus.
No caso, a importância da descoberta se deve pelo fato de ela confirmar a presença de gregos selêucidas na cidade no período descrito, há 2,2 mil anos.
"Até agora, tínhamos poucas evidências materiais da presença dos gregos selêucidas em Jerusalém", escreve o arqueólogo e pesquisador da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla em inglês), que fez parte da escavação, Filip Vukosavović, em publicação no Facebook.
As novas telhas descobertas na Cidade de David fornecem vestígios tangíveis da presença grega selêucida na região, ligando-nos à história de Hanukkah. É muito emocionante encontrar o governante selêucida Antíoco IV 'cara a cara' há quase 2.200 anos após os eventos de Hanukkah", acrescenta.
Em meio à invasão grega na região, o rei teria construído uma fortaleza em que utilizou as telhas cerâmicas que, na época, eram consideradas uma espécie de material de construção estrangeiro, incomuns devido à grande fragilidade que as tornaria suscetíveis às intempéries.
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"As telhas eram muito raras na nossa região durante este período e eram estranhas às tradições construtivas locais, indicando que a técnica de utilização de telhas para cobrir partes de uma torre ou estrutura dentro daquela famosa fortaleza foi trazida de áreas controladas pelos gregos por estrangeiros governantes", descreve, por fim, o post no Facebook.