Esses primatas ancestrais teriam diversas vantagens adaptativas que os levaram a sobreviver um período em que macacos estavam quase entrando em extinção
Em uma publicação recente do Journal of Human Evolution, foi relatada a descoberta de três fósseis de macacos de 6,4 milhões de anos na província de Yunan, na China. As informações foram divulgadas pelo Phys Org, portal de notícias científicas.
"Isso é significativo porque eles são alguns dos fósseis mais antigos de macacos fora da África", explicou Nina G. Jablonski, professora de antropologia envolvida no estudo. Segundo a pesquisadora, esses macacos seriam os ancestrais de diversas espécies encontradas hoje no Leste Asiático.
O time de antropólogos não pôde analisar fósseis inteiros: eles acharam uma mandíbula, um fêmur e um osso do calcanhar. “Ele [o osso do calcanhar] revela que o macaco estava bem adaptado para se mover com agilidade e poder tanto no solo quanto nas árvores", comentou Jablonski.
Esses macacos de locomoção versátil teriam ainda uma dieta variada, permitindo diversas plantas, frutas e flores, enquanto seus primos atuais se limitam a consumir frutas. Os pesquisadores compararam o estômago desses primatas ancestrais ao de uma vaca, capaz de digerir celulose.
Toda essa adaptação teria permitido que os animais chegassem até à Grécia, onde foram encontrados fósseis desse mesmo gênero, além de sobreviverem às mudanças climáticas drásticas do fim do Mioceno (na era geológica Cenozóica), que quase teriam levado os macacos à extinção.