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Notícias / Crime

Filho de chefe quilombola assassinada afirma que o ocorrido foi ‘crime de mando’

Durante uma entrevista à TV Brasil, Jurandir Wellington Pacífico disse que sua mãe foi assassinada com mais de 20 tiros

Redação Publicado em 18/08/2023, às 19h49

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Mãe Bernadete - Divulgação/Conaq
Mãe Bernadete - Divulgação/Conaq

Nesta sexta-feira, 18, a líder quilombolaMaria Bernadete Pacífico foi assassinada a tiros em sua casa. Após o ocorrido, seu filho disse acreditar que a morte de sua mãe foi encomendada por pessoas que se interessam pelo terreno do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado em Simões Filho, na Bahia

Durante uma entrevista à TV Brasil, Jurandir Wellington Pacífico disse que sua mãe recebia ameaças de morte desde 2016, ele também acredita que sua morte é consequência direta da impunidade do assassino de seu irmão, que se chamava FlávioGabriel Pacífico dos Santos, mas era conhecido como Binho do Quilombo.

Conforme repercutido pelo portal da Band, Jurandir pediu respostas a Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia, e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública:

É crime de mando, crime de execução, não tem para onde correr, igual ao de Binho do Quilombo. Eu já perdi meu irmão, já perdi minha mãe, só resta eu, eu sou o próximo”, concluiu o filho da líder quilombola à TV Brasil.

O crime 

Jurandir compartilhou que sua família cumpria o papel de líderes da comunidade e que sua mãe era presença confirmada em movimentos sociais, onde representava o quilombo há mais de 40 anos. O filho de Bernadete também explicou que o assassinato ocorreu enquanto ela assistia televisão: 

Ela estava sentada no sofá assistindo com dois netos e mais duas crianças. Os dois meliantes adentraram na casa, botou as crianças no quarto, e executaram minha mãe com mais de 20 tiros. Ontem, Simões Filho perdeu uma das maiores representantes da cultura do município. Chamava-se Mãe Bernadete. Uma das maiores representantes do movimento negro da Bahia, do Brasil e do mundo”, disse Jurandir à TV Brasil. 

Ele também afirmou que sua mãe fazia parte do programa de proteção à testemunha, explicando a quantidade de câmeras instaladas pela casa, mas ressaltou que os policiais responsáveis pela ronda de segurança não ficava o dia todo de tocaia, mas apareciam na residência por até 30 minutos por dia:

Os meliantes sabiam os horários que eles [os policiais] iam e atacou. Tanto que na hora que executou minha mãe, cadê a proteção? A única coisa que ficou foram as câmeras que gravou”, disse o filho de Maria Bernadete