Lisa Smith teria feito parte do grupo radical extremista entre 28 de outubro de 2015 e 1º de dezembro de 2019
Nesta segunda-feira, 11, uma ex-combatente das Forças de Defesa da Irlanda foi considerada culpada de ser membro do Estado Isâmico entre 28 de outubro de 2015 e 1º de dezembro de 2019. Além do mais, Lisa Smith, de 40 anos, foi descrita como “uma pessoa vulnerável e perigosa”.
Sabe-se que Lisa se converteu ao islã e viajou para a Suécia depois que o líder terrorista Abu Bakr al-Baghdadi convocou os muçulmanos a se juntarem ao Estado Islâmico. Sua condenação será expedida em uma data posterior.
De acordo com o Tribunal Criminal Especial, Lisa é uma pessoa dependente, dócil, discreta e que sofre com problemas de saúde mental, além de apresentar um quadro de estresse pós-traumático. Seu advogado, Michael O'Higgins, ofereceu um pedido de mitigação em seu nome aos três juízes.
Segundo a BBC, quando esteve no banco dos réus, Smith chorou ao ouvir detalhes de sua infância, seu tempo no exército, sua conversão e prática como muçulmana, além de sua vida quando esteve na Síria.
Ao falar sobre um relatório feito pelos três psicólogos que analisaram a personalidade de sua cliente, O'Higgins disse que "em uma escala de crueldade de um a cinco" a infância e o histórico familiar de Smith eram "quatro". O advogado também disse que já testemunhou sua cliente com um “comportamento destrutivo” e que ela estava "no meio de uma crise de saúde mental".
Segundo seus relatos, Lisa se juntou ao exército irlandês quando tinha 19 anos, por conta da segurança e da necessidade financeira. Porém, meses depois, ela passou a se perder em algumas questões religiosas e estava em busca de respostas quando se converteu ao islamismo.
O advogado também expôs alguns fatos sobre o casamento de Lisa Smith, no qual descreveu uma natureza violenta e abusiva de seu marido, já morto. Além de sofrer abuso psicológico, O'Higgins disse ela foi esbofeteada com "uma mão aberta no rosto, socada com punhos, que seu nariz foi danificado e que ela teve os olhos arroxeados".
Por fim, o advogado relatou que Smith passou algum tempo no centro de detenção de al-Hawl e em outros campos, que ele descreveu como "absolutamente apavorantes e extremamente assustadores".
No entanto, ele também disse que Smith "tinha resiliência de seu tempo no exército, sua crença em Deus e que [acreditava que] tudo nesta vida é temporário".
Ele pediu que, no caso de uma sentença de prisão, seu tempo nos campos, seu período sob fiança e as necessidades de seu filho fossem levados em consideração, alegando que seus crimes tivessem uma sentença máxima de dois anos. O juiz Tony Hunt adiou a decisão até o dia 22 de julho.