Na segunda-feira, 1º de abril, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) revogou os títulos concedidos aos presidentes da ditadura Castelo Branco, Costa e Silva e Ernesto Geisel
Na última segunda-feira, 1º de abril, quando se recorda os 60 anos do golpe militar que instaurou no Brasil um dos períodos mais sombrios de sua história, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) revogou os títulos de doutor honoris causa concedidos a três dos cinco presidentes da ditadura militar: Humberto Castelo Branco, Artur da Costa e Silva e Ernesto Geisel.
Conforme repercutido pelo UOL, a decisão foi tomada pelo Conselho Universitário da UFPR em uma reunião de pouco mais de duas horas e meia, na qual foram analisados documentos históricos que confirmavam a concessão dos títulos. Para Ricardo Marcelo da Fonseca, atual reitor da universidade, a ação foi uma "medida necessária".
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Os títulos foram concedidos nos dias 31 de julho de 1964, para Castelo Branco; em 18 de setembro de 1968 para Costa e Silva; e em 13 de janeiro de 1976 para Geisel. Estes três presidentes, por sua vez, foram articuladores e executores extremamente relevantes nas políticas de repressão da Ditadura Militar, descritos por Fonseca como "condutores de regimes de força que levaram adiante horrores, torturas, mortes e supressão de direitos, de liberdades e da própria democracia."
Precisamos assegurar que as novas gerações que entrem pelos portões da UFPR sintam-se sempre mais conectadas com os melhores valores democráticos. Precisamos ser melhores amanhã do que somos hoje", defende ainda o reitor. "A nossa instituição renovou hoje seu compromisso com a democracia, com a memória, com a verdade, com a justiça, com o presente e com o futuro. Ditadura, nunca mais!", publicou em seu perfil no X.
A nossa instituição renovou hoje seu compromisso com a democracia, com a memória, com a verdade, com a justiça, com o presente e com o futuro. Ditadura, nunca mais!
— Ricardo Marcelo Fonseca (@ricardo_marcelo) April 1, 2024
A decisão recente da UFPR ocorreu somente um dia depois de quando se recorda os 60 anos do golpe militar, instaurado em 31 de março de 1964. Foi a partir desta data que o Brasil começaria os 21 anos do regime repressivo e violento, que não só cassou desertores políticos e privou muitas liberdades da nação, como também fez muitos presos injustamente, além de torturar e matar aqueles considerados "subversivos".
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Assim, em uma empreitada para tentar "combater o comunismo", os líderes do regime reprimiam opiniões de figuras públicas em canções, peças de teatro e o cinema. Dessa forma, o país ficou por mais de 20 anos sob o poder dos militares, até a redemocratização em 1985.