ONG utilizou plataformas que disponibilizam os dados dos perfis para investigar os clérigos
Nesta sexta-feira, 17, uma investigação da polícia americana revelou que uma ONG de católicos conservadores do Colorado, EUA, gastou aproximadamente R$ 22 milhões para comprar dados de usuários da internet, com o intuito de rastrear nomes de padres que estivessem cadastrados em aplicativos de encontros voltados para o público gay. O documento foi divulgado pelo Washington Post.
Segundo informações do jornal O Gobo, os aplicativos Scruff, Growlr e Jack’d não compartilham os dados com terceiros. No entanto, existem diversas plataformas que disponibilizam os traços dos perfis. Além disso, a prática não é englobada em nenhuma lei de privacidade americana.
Em artigo publicado em um site de opinião, Jayd Henricks, um dos principais nomes da organização religiosa, afirmou:
Não se trata de padres e seminaristas heterossexuais ou gays. Trata-se de um comportamento que prejudica todos os envolvidos, em algum nível e de alguma forma, e é um testemunho contra o ministério da Igreja".
Conforme relatórios oficiais publicados pela imprensa americana, a ONG utilizou outros recursos, como o cruzamento de dados de localização de igrejas e seminários para identificar os clérigos que supostamente estavam ativos nos aplicativos. A respeito da privacidade das redes, Justin Sherman, professor da Duke University, declarou:
O poder dessa história [da ONG] é que muitas vezes você não vê onde essas práticas [de rastreamento de dados] estão ligadas a uma pessoa ou grupo de pessoas específico. Aqui, você pode ver claramente esse link. O número de leis de privacidade de dados no país podem ser contadas em uma ou duas mãos".