A Thwaites, conhecida como a "Geleira do Juízo Final", tem o potencial de elevar o nível do mar em até um metro, afetando cidades de todo o mundo
Publicado em 21/05/2024, às 19h42
A Thwaites, uma geleira na Antártica capaz de elevar o nível do mar em até um metro, enfrenta risco de derretimento ainda maior do que o previsto. Conhecida como "Geleira do Juízo Final" por seu potencial impacto global, sua condição é um alerta para toda a camada de gelo antártica, que pode contribuir significativamente para o aumento do nível do mar.
A pesquisa, conduzida por um grupo de especialistas de universidades nos Estados Unidos e no Canadá, com o apoio da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), utilizou imagens de satélite para monitorar a geleira. A descoberta revelou que a Thwaites está se deslocando, impulsionada pelo calor das águas oceânicas.
A geleira está presa ao fundo do oceano, porém, as marés mais estão fazendo força suficiente para erguê-la, permitindo que a água quente do oceano penetre sua base por até 6 quilômetros de extensão.
Conforme repercutido pelo G1, este contato com águas mais quentes facilita o derretimento, assim como outros fatores de mudança, como o aumento de temperatura global.
Christine Dow, coautora do estudo e professora da Faculdade de Meio Ambiente da Universidade de Waterloo, esclareceu que os resultados da pesquisa apontam para o eminente derretimento da "geleira do Juízo Final", além da interação das marés com o oceano mais quente, que pode afetar a camada de gelo, resultando no aumento do nível do mar.
Thwaites é o lugar mais instável da Antártica e contém o equivalente a 60 centímetros de aumento do nível do mar. A preocupação é que estejamos subestimando a velocidade com que a geleira está mudando, o que seria devastador para as comunidades costeiras em todo o mundo.”, explicou Dow em um comunicado divulgado pelos pesquisadores.
Apesar do alerta, não foi determinada a velocidade do derretimento da geleira Thwaites. O estudo, publicado na segunda-feira, 20, no Proceedings of the National Academy of Sciences, pretende contribuir para previsões mais precisas sobre o futuro dos oceanos.