Novo estudo pode mudar interpretação sobre artes rupestres do Paleolítico; entenda!
Em 2016, pesquisadores espanhóis encontraram em uma caverna no norte da Espanha, um grande conjunto de pinturas rupestres datadas do período Paleolítico, retratando animais como cavalos, veados e um grande bovídeo. Porém, um estudo recente descobriu novos detalhes nas pinturas, que podem mudar grandemente a forma como algumas artes pré-históricas podem ter sido concebidas.
Publicado no dia 17 de agosto na revista Antiquity, o novo estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Complutense de Madrid, consistiu em submeter essas pinturas a métodos de gravação estereoscópica digital, estabelecendo correlação entre as imagens e as paredes do local. E assim, detalhes até então ocultos nos desenhos foram encontrados, possibilitando novas interpretações dos hominídeos antigos.
Os resultados mostram o posicionamento de figuras de animais para fazer uso de superfícies côncavas/convexas e bordas rochosas para definir os contornos dos animais", pontuaram os pesquisadores, no estudo.
De maneira mais básica, o que o novo estudo sugere é que as características topográficas das paredes da caverna podem ter alterado e até mesmo inspirado os desenhos como os conhecemos hoje. Isso seria possível graças ao fenômeno da pareidolia, que leva as pessoas a enxergar, por vezes, formas inexistentes na natureza, como formatos em nuvens, segundo a Revista Galileu.
No caso, um exemplo que levou os pesquisadores a levantarem essa hipótese foi a imagem recém-descoberta de um cavalo que parece aproveitar de algumas fissuras na parede para o desenho do contorno da cabeça e do peito do animal. Além desse, outro desenho semelhante também foi descrito: antes, apenas sua cabeça, crina, dorso e regiões posteriores eram conhecidas, mas agora percebe-se uma fissura rochosa definindo sua barriga e uma perna dianteira.
Com os novos apontamentos, agora os autores do estudo defendem a ideia de que a arte rupestre paleolítica deve ser definida não somente pelas marcas desenhadas, pintadas ou gravadas, mas também pela própria topografia das rochas, assim, levantando a necessidade de uma nova visão sobre produções da época.