Manuscrito foi reutilizado para a escrita de um texto diferente, mas tecnologias modernas puderam revelar o que estava por baixo
Uma pesquisa publicada recentemente na revista "New Testament Studies" relatou a descoberta de uma tradução do Novo Testamento para o idioma siríaco (um dialeto aramaico) que remonta a 1,7 mil anos atrás.
O documento histórico estudado, que estava guardado na Biblioteca do Vaticano, teria sido apagado por um escriba há 1,3 mil anos a fim de que o papel fosse reutilizado para a escrita de outro texto — uma prática comum na Idade Média em lugares onde havia poucos pergaminhos, como o deserto da Palestina, local em que o artefato foi descoberto.
Graças à ajuda de tecnologias de ponta como a fotografia ultravioleta, Grigory Kessel, um especialista em História Medieval da Academia Austríaca de Ciências (OeAW), foi capaz de tornar legíveis novamente essas palavras borradas do passado.
O texto dos Evangelhos descobertos data do século 3, com a cópia tendo sido feita no século 6, segundo informações do Phys.org. Vale enfatizar que o achado possui grande importância devido à sua raridade, segundo explicou Kessel:
Até recentemente, apenas dois manuscritos eram conhecidos por conter a tradução siríaca antiga dos evangelhos", apontou o pesquisador.