“No início, eu imaginei que seria de 8 a 10 por cento. Isso apenas mostra o grande impacto que tivemos”, disse pesquisador
Uma pesquisa publicada na revista científica Frontiers in Forests and Global Change revelou dados alarmantes sobre os impactos da atividade humana na natureza. Conforme divulgado pelo portal Smithsonian, o estudo concluiu que cerca de 97% dos ecossistemas foram alterados por humanos.
Para chegar à conclusão de que apenas 3% da Terra permanece “ecologicamente intacta”, os cientistas usaram três medidas de integridade ecológica. Eles analisam a integridade do habitat, da fauna e a funcional, que analisa quantas espécies essenciais para a saúde de um ecossistema foram extintas.
O estudo investigou grandes faixas de terra para garantir que espécies de grande alcance fossem analisadas, cada uma medindo cerca de 6.200 quilômetros. O exame não incluiu a Antártica. Foram combinados dados já existentes sobre a integridade de habitats e novas informações sobre espécies perdidas.
“O trabalho de campo realizado por muitas pessoas mostra claramente que há espécies que foram perdidas nessas áreas de habitat intacto — carnívoros grandes e médios e herbívoros grandes e médios em particular”, explicou o autor do estudo Andrew Plumptre, diretor Key Biodiversity Areas Secretariat, conforme repercutido pelo Gizmodo.
Em relação aos ambientes ainda não danificados, os pesquisadores perceberam que a maioria está localizado ao norte do planeta, mais especificamente ao longo do bioma da tundra, na Groenlândia e no Canadá, por exemplo. No entanto, eles apontam que ainda existem pequenas regiões intocadas em outros locais, como a floresta amazônica.
Plumptre afirmou que o resultado “foi muito menor do que esperávamos”. “No início, eu imaginei que seria de 8 a 10 por cento. Isso apenas mostra o grande impacto que tivemos”, completou.
Os cientistas apontaram ainda uma questão importante, provando que ainda há solução: cerca de 20% dos ecossistemas poderiam ser recuperados caso algumas espécies (até cinco) fossem reintroduzidas ao ambiente.
Consideradas ‘espécies-chave’, elas poderiam trazer esses ambientes à sua integridade ecológica ao realizarem suas funções essenciais.