Governos que se preocuparam com o povo teriam colapsos mais intensos que os ditatoriais e corruptos, segundo pesquisa
Um artigo publicado recentemente na Frontiers in Political Science descobriu que governos ‘bons’ do passado - isso é, que estavam preocupados em fornecer serviços ao povo, e não em concentrar riqueza e poder, por exemplo - quebraram com mais intensidade que regimes ditatoriais e corruptos.
Isso porque mesmo esses líderes mais esforçados apresentaram falhas morais eventualmente - assim como os despóticos, aliás -, porém neles ela foi menos relevada pelo povo que as dos governantes tirânicos.
Os especialistas chegaram a essa e outras conclusões analisando a queda de 30 sociedades pré-modernas ao redor do globo, especialmente aquelas que se prolongaram por centenas de anos, como o Império Romano, a Dinastia Ming da China, a República de Vezena e o Império Mongol da Índia.
Segundo o estudo, os governos bons duravam mais tempo que os corruptos, contudo, quando seus governantes quebravam algum contrato social com o povo, tomando um rumo menos benéfico, tinham colapsos muito graves.
“Nos casos que tratamos, a calamidade poderia muito provavelmente ter sido evitada, mas os cidadãos e construtores de Estado presumiram de boa vontade que sua liderança se sentiria na obrigação de fazer o que era esperado para o benefício da sociedade”, explicou Richard Blanton, líder do estudo, segundo divulgado pelo DailyMail.
Gary Feinman, co-autor da pesquisa, explicou em comunicado à imprensa um pouco mais sobre como a quebra do contrato social pelo líder afetou essas sociedades: "A maioria das sociedades tem algum tipo de contrato social, escrito ou não, e se você tem um líder que quebra esses princípios, as pessoas perdem a confiança, diminuem a disposição de pagar impostos, se mudam ou tomam outras medidas que prejudicam o saúde fiscal da política".
Um ponto central desse estudo foi também que todas as sociedades, mesmo as “bem governadas, prósperas e altamente consideradas pela maioria dos cidadãos”, seriam “construções humanas frágeis”, que podem a qualquer momento desabar.