A arcada óssea do animal possui cerca de dois mil anos e sua morte pode ter sido parte de ritual
O esqueleto completo de um panda gigante foi encontrado nos arredores do mausoléu do imperador chinês Wen, da dinastia Han, que remonta a 157 a.C. O panda, pertencente à subespécie rara Qinling, caracterizada por sua pelagem amarronzada, foi descoberto em uma área designada para rituais de sacrifício.
O esqueleto estava posicionado de maneira simbólica, com a cabeça voltada na direção do túmulo e o rabo apontando para o oeste. Embora já se tenham encontrado traços dessa espécie em sepulturas passadas, esta é a primeira vez que um esqueleto completo é descoberto, conforme relatado pelo jornal local West China Metropolis Daily. Escritos antigos indicam que enterrar animais junto a humanos era uma prática comum, embora nem todos fossem acompanhados por pandas.
Cidadãos de classes mais baixas eram frequentemente enterrados com animais domésticos, enquanto a presença de espécies raras simbolizava poder e status social. Além do panda, foram encontrados também o esqueleto completo de um tapir-malaio, uma anta ameaçada de extinção, e partes de outros animais raros, incluindo o macaco de nariz arrebitado, búfalos selvagens indianos e o pássaro grous de coroa vermelha.
De acordo com a Veja, essa prática curiosa tinha o intuito de espelhar, na vida após a morte, os opulentos jardins imperiais criados por esses aristocratas. Esses jardins eram habitats de animais raros e plantas exóticas, destinados tanto ao deleite visual quanto à caça.
Para aprofundar o entendimento dessa descoberta, pesquisadores planejam extrair o DNA do panda. Tal análise pode esclarecer a origem desses animais, uma vez que pandas não eram comuns na região onde o esqueleto foi encontrado.