Esqueleto descoberto na cidade de St. Mary, em Maryland, Estados Unidos, pertenceu a jovem europeu morto aos 15 ou 16 anos
Recentemente, o esqueleto de um jovem europeu que teria falecido aos 15 ou 16 anos foi escavado por arqueólogos na cidade histórica de St. Mary, localizada no estado de Maryland, nos Estados Unidos. De acordo com o estudo desenvolvido, acredita-se que o corpo teria sido enterrado ao fim da década de 1630, e o jovem seria um dos primeiros colonos europeus a chegar à América, segundo o Departamento de Pesquisa e Coleções da cidade.
Segundo informado pela Revista Galileu, os restos escavados estavam enterrados a pouco mais de 9 metros do Forte de Saint Mary. Além disso, o Departamento de Pesquisa e Coleções sugere que este seria um dos enterros coloniais mais antigos já encontrados em todo o estado de Maryland.
O estudo da ossada de quase 400 anos foi publicado na Live Science, tendo sido desenvolvido por Douglas Owsley, antropólogo biológico Kari Bruwelheide. Os dois estudiosos são membros da Smithsonian Institution, e se uniram às autoridades de St. Mary para o caso.
Uma característica que chama atenção na sepultura do jovem, é o fato de que ele não segue muitos dos rituais padrões de enterro: o corpo estava enterrado diretamente no solo, sem uma espécie de caixão ou mortalha, o que sugere que, nos Estados Unidos, ele não possuía nenhuma tutela.
Ficamos intrigados ao encontrar um enterro que parecia que o indivíduo foi colocado lá ao acaso, com os quadris inclinados para o lado e o braço esticado sobre o corpo de maneira extrema", diz o diretor-executivo interino de St. Mary, Travis Parno, ao Live Science. "Parecia que ele foi colocado sem cerimônia ou jogado no túmulo."
Além disso, foi constatado que a perna direita do esqueleto havia sido fraturada em dois pontos, provavelmente próximo ao momento em que morrera, pois "não mostra sinais de cura", de acordo com Parno. "Além disso, como seus joelhos e tornozelos não foram encontrados juntos, provavelmente não havia mortalha."
Por fim, os pesquisadores ainda sugerem no estudo que aquele adolescente europeu teria vindo à América ainda durante a primeira onda de colonos britânicos nos Estados Unidos em 1630. Chegando aqui sem família, provavelmente como servo, ele não teria conseguido sobreviver muito tempo sozinho: "Parte do contrato como servo era trabalhar por um período, o que lhe daria direito a terras. Durante esse tempo, a colônia de Maryland ofereceu novas oportunidades", contextualiza o especialista.
Porém, o porta-voz afirma que isso faz da descoberta ainda mais importante, pois serve para que seja possível aprender acerca de um indivíduo que muito provavelmente nunca apareceu nos registros históricos do país. "A arqueologia e a antropologia forense nos ajudarão a dar vida e voz a um jovem do período inicial da colônia de Maryland, uma época em que os registros escritos eram escassos", conta Travis Parno, por fim, em comunicado.