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Notícias / Animais

Espécie de aves marinhas persegue furacões para conseguir presas

Nova pesquisa revelou que as freiras-das-desertas, espécie de aves marinhas, voam em direção às tempestades para obter vantagem sobre suas presas

Luiza Lopes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 17/07/2024, às 11h48

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Freira-das-desertas, espécie de ave marinha - Christoph Moning via WikiCommons
Freira-das-desertas, espécie de ave marinha - Christoph Moning via WikiCommons

Uma nova pesquisa revelou que a espécie de aves marinhas Freira-das-desertas tem uma resposta incomum aos furacões: elas voam em direção às tempestades, em vez de se afastarem.

Estes animais, que vivem em uma ilha desabitada no Oceano Atlântico, apresentam um comportamento raro, uma vez que as aves geralmente evitam furacões para se proteger.

Em entrevista ao The Washington Post, o biólogo Francesco Ventura, pesquisador da Instituição Oceanográfica Woods Hole, em Massachusetts, contou que elas não só não se incomodam com as tempestades, mas também as aproveitam para obter vantagem sobre suas presas.

Comportamento inédito

As descobertas foram publicadas na revista Current Biology e mostram um comportamento inédito em aves, segundo Ventura.

Enquanto algumas aves voam no centro dos furacões para proteção, as freiras-das-desertas, que vivem na Ilha do Bugio em Portugal, foram observadas voando atrás das tempestades por até cinco dias.

O biólogo explicou que elas perseguem furacões porque os ventos misturam águas quentes e frias, fazendo suas presas — lulas, pequenos peixes e crustáceos — subirem à superfície.

Gosto de pensar nelas como marinheiros muito, muito habilidosos", disse Ventura ao The Post.

Para entender esse comportamento, cientistas equiparam 33 freiras-das-desertas com rastreadores GPS e monitoraram seus movimentos durante a temporada de furacões de 2015 a 2019.

Em 2020, Ventura e colegas publicaram um estudo revelando que essas aves voam centenas de quilômetros em busca de alimento. Ao comparar seus dados com mapas de furacões, o biólogo descobriu que várias aves estavam a 160-400 km de seis furacões, seguindo o rastro das águas frias deixadas pelas tempestades.

As freiras enfrentaram ondas de até 8 metros e ventos de 100 km/h para capturar suas presas, circulando os furacões no sentido horário antes de retornar aos seus ninhos.