Uma espada moura associada a Napoleão Bonaparte, que teria sido retirada de um soldado inimigo como troféu de guerra, será leiloada em Londres
Redação Publicado em 02/11/2024, às 13h52
Uma espada moura associada a Napoleão Bonaparte, que teria sido retirada de um soldado inimigo como troféu de guerra, será leiloada em Londres no próximo dia 12 de novembro.
A casa de leilões Charles Miller Ltd. é responsável pela venda do raro objeto, que desperta grande interesse entre colecionadores e historiadores, dada sua conexão direta com uma das figuras mais emblemáticas da história mundial.
A arma, que mede 80 centímetros e apresenta uma lâmina curva e ainda bastante afiada, possui um design simples e funcional, típico das espadas usadas em combates, sem adornos ou detalhes luxuosos que a destacassem de outras da mesma época.
Segundo comunicado da organização, o valor de arremate da peça foi inicialmente estimado entre 30 mil e 50 mil libras esterlinas, equivalente a cerca de R$ 226,5 mil a R$ 377,5 mil.
Pouco se sabe sobre a trajetória exata da espada até o presente. Charles Miller, proprietário da casa de leilões, disse à AFP que acredita que a lâmina, com seu formato característico das espadas mouras, foi originalmente empunhada por um soldado derrotado que a perdeu em combate contra as forças napoleônicas.
Acredita-se que Napoleão teria mantido a espada como símbolo de vitória, uma prática comum entre líderes militares da época. "Seria uma espada comum se não tivesse pertencido a Napoleão", destacou Miller.
Anos depois, já em seu exílio e destituído de seu império, ele teria presenteado a arma a James Kearney, um oficial britânico, em 1815. Esse detalhe se torna especialmente curioso, considerando que Napoleão era então prisioneiro das forças britânicas, com as quais mantinha uma relação de hostilidade mútua e que representavam o principal obstáculo a suas ambições imperiais.
A peça ainda conserva uma inscrição discreta que confirma essa história: "presente de Napoleão Bonaparte a James Kearney, 1815". Esse detalhe está registrado no testamento de Kearney, preservado nos Arquivos Nacionais do Reino Unido, o que confere uma base documental à narrativa do objeto, segundo a AFP.
