Arqueólogos amadores têm ajudado a desvendar a história da Escócia em meio a projetos que visam o envolvimento da comunidade na arqueologia
Cidadãos escoceses estão se voluntariando em escavações arqueológicas e desempenhando um papel essencial na descoberta do passado do país.
Em um desses projetos, Joe Fitzpatrick, aposentado e apaixonado por história, encontrou um artefato raro: uma coronha de lança de bronze, datada de mais de 1.500 anos atrás. A descoberta ocorreu em julho de 2024, durante escavações no forte de East Lomond, próximo à vila de Falkland, em Fife.
Fitzpatrick fazia parte de uma equipe de voluntários e acadêmicos liderada pelo professor Gordon Noble, chefe de arqueologia da Universidade de Aberdeen. Ele trabalhava ao redor de uma lareira a cerca de 60 cm abaixo da superfície quando encontrou o artefato. "O cabelo se arrepia na nuca. É especial", declarou ao portal The Guardian.
As escavações, organizadas pelo Falkland Stewardship Trust e pela Universidade de Aberdeen, têm atraído um número crescente de arqueólogos amadores, que ajudam a desvendar a história local. Esses projetos envolvem a comunidade na exploração de assentamentos que datam do século II ou III d.C. até cerca de 700 d.C.
O aumento do envolvimento da comunidade na arqueologia contrasta com o declínio geral do voluntariado na Escócia. Enquanto setores como o voluntariado geral enfrentam uma queda de 18%, a participação em projetos de cultura e patrimônio permanece estável, segundo a Volunteer Scotland.
Jeff Sanders, chefe de divulgação da Sociedade de Antiquários da Escócia, atribui a estabilidade à paixão pelo patrimônio cultural, mesmo em meio à crise do custo de vida.
Fitzpatrick reforça que a arqueologia tem atraído pessoas de todas as idades e origens."Muitas pessoas que se aposentam estão mais conscientes de se manterem ativas e ao ar livre, mas também temos jovens descobrindo o que fazer depois dos estudos, e a mídia ampliou o apelo da arqueologia com programas como Time Team e Digging for Britain - não são apenas os professores de Oxford fazendo isso", concluiu.
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