Em vídeo que se tornou viral, Rina Gonoi expôs três ex-colegas das forças de autodefesa do Japão por caso ocorrido em 2021; entenda!
Nesta terça-feira, 12, o tribunal de Fukushima, no Japão, considerou três ex-soldados culpados por agredir sexualmente de Rina Gonoi. A decisão é vista como uma rara vitória para sobreviventes de casos de abuso, que são considerados um tabu no país.
Desta forma, os oficiais seniores Shutaro Shibuya, Akito Sekine e Yusuke Kimezawa foram condenados a dois anos de prisão e serão suspensos por quatro anos por "indecência forçada". Rina foi agredida sexualmente em 2021, enquanto estava em exercício militar.
Ex-membro das forças de autodefesa do Japão, a jovem de 24 anos decidiu perseguir seu agressores nos tribunais, algo incomum no país, relata o The Guardian. O caso atraiu manchetes de todo mundo após Gonoi compartilhar sua história em um vídeo no YouTube.
Na gravação, Rina Gonoi relatou que os três homens, que possuem entre 20 e 30 anos, usaram técnicas de artes marciais para prendê-la na cama, antes de separar suas pernas e, um por um, pressionar repetidamente suas virilhas contra ela para simular um ato sexual. Enquanto um fazia o ato, os outros somente assistiam e davam risadas.
Após o episódio, Rina relatou o acontecido aos seus superiores, mas a ex-soldado decidiu deixar a corporação em junho do ano passado após nenhuma ação ter sido tomada. Posteriormente, uma investigação militar interna foi arquivada por falta de evidências, disse a AFP.
Com o vídeo viral, o Ministério Público voltou seus olhos ao caso. Com a comprovação da versão de Gonoi, o Ministério da Defesa apresentou um pedido de desculpas público e afirmou ter demitido cinco homens ligados ao ataque e disciplinado outros quatro.
Por fim, relata o The Guardian, a investigação do Ministério da Defesa desencadeada pelo caso de Gonoi descobriu cerca de 1.400 casos de assédio sexual e intimidação contra mulheres e homens — sendo que a maioria jamais foi relatada. Além disso, em junho, o Japão aprovou legislação que redefine a violação, incluindo a eliminação da exigência das vítimas provarem que tentaram resistir ao seu agressor.