Novo estudo aponta que alimentos, água e até o beijo podem ter transmitido ameaça letal na Idade da Pedra na Escandinávia; entenda!
Um novo estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Estocolmo e do Museu Sueco de História Natural, publicado no último dia 7 de março na revista Scientific Reports, aponta que o envenenamento bacteriano foi uma ameaça bastante letal para povos que viviam na Escandinávia durante a Idade da Pedra.
Para o estudo, foram analisar amostras de 38 indivíduos encontrados em Hummerviksholmen, no sul da Noruega, e em Bergsgraven, na Suécia, em busca de micróbios nos restos mortais. Vale mencionar que estes contextos representavam, respectivamente, grupos de agricultores e grupos de caçadores-coletores.
Sabemos quando as pessoas se voltaram para a agricultura na Escandinávia, mas ainda não sabemos como esta mudança no estilo de vida afetou a saúde geral", pontua Helena Malmström, do Programa de Evolução Humana da Universidade de Uppsala, na Suécia, em comunicado.
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Conforme descreve o Heritage Daily, o estudo identificou 660 espécies microbianas no conjunto das amostras, das quais algumas espécies eram potencialmente patogênicas.
No grupo relativo aos povos caçadores-coletores, foram mapeadas sequências para Neisseria meningitidis, organismos que podem causar doenças meningocócicas, que possuem alta taxa de mortalidade. Eles podem ser transmitidos pela saliva, ou qualquer outro contato próximo e prolongado, como o beijo ou compartilhamento de alimentos.
Já entre os agricultores, foram encontrados indícios de Neisseria gonorrhoeae, causadora da gonorreia, uma infecção sexualmente transmissível. Além dela, também havia a Yersinia pestis, aquela responsável por ter provocado a peste negra, sendo estes alguns dos casos mais antigos conhecidos da doença.
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"Quanto mais as pessoas interagiam, mais possibilidades ocorriam de infectar umas às outras. Mas mesmo que encontremos bactérias com potencial para impactar sociedades como a Yersinia pestis, são as infecções que se espalham através dos alimentos que são mais proeminentes nos estilos de vida neste estudo", afirma, por fim, Anders Götherström, professor de arqueologia molecular na Universidade de Estocolmo, no comunicado.