O ministro Flávio Dino explicou que vê raízes semelhantes nos crimes de importunação sexual e feminicídio
Um caso recente de importunação sexual ocorrida no reality show Big Brother Brasil 23 gerou polêmica entre os internautas e resultou na expulsão de dois participantes do programa, MC Guimê e Cara de Sapato. Durante a Festa do líder que ocorreu na última quarta-feira, 15, os “ex-brothers” importunaram as participantes Dania Mendez e Bruna Griphao.
Em entrevista ao UOL News, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, revelou que considerou certa a decisão da produção do reality show de expulsar os participantes MC Guimê e Cara de Sapato do ‘BBB 23’.
Como repercutido pelo Splash, do UOL, Dino defendeu a revisão do modelo de programas como o BBB, que estimula casos de importunação sexual.
Havia uma banalização destes atos que eram vistos como normais, e não são. Elogio, nesse aspecto, a direção do programa. É preciso rever o próprio modelo desses programas, que acabam estimulando esse tipo de postura até para, quem sabe, ampliar audiências. No caso das autoridades, é aplicar a lei”, disse.
Durante a entrevista, Flávio Dino também citou a autorização de investimentos de R$ 400 milhões do Ministério da Justiça para o combate ao feminicídio.Dino explicou que vê raízes semelhantes nos crimes de importunação sexual e feminicídio.
A base ideológica e valorativa de quem pratica importunação sexual e de quem mata uma mulher é a mesma, que é a desumanização da mulher. É como se ela fosse uma coisa, um objeto. Estamos tratando de um conjunto de crimes. O presidente Lula autorizou investimentos de R$ 400 milhões do Ministério da Justiça para o combate ao feminicídio”, explicou o ministro.
Na Festa do Líder, que ocorreu na última quinta-feira, 15, o cantor MC Guimêpassou a mão no corpo da participante mexicana, Dania Mendez, sem o consentimento da mulher e Cara de Sapatodeu um beijo e fez contatos físicos forçados com a participante.
O crime de importunação sexual pode incluir desde o "beijo roubado" até toques inapropriados sem o consentimento da pessoa envolvida, como repercutido pelo G1.