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Notícias / Esqueletos sem cabeça

Dezenas de esqueletos sem cabeça de mais de 4 mil anos são encontrados na China

Segundo pesquisadores, a descoberta representa a maior caça à cabeça conhecida na Ásia neolítica

por Giovanna Gomes
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Publicado em 09/11/2023, às 10h04

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Esqueletos sem cabeça encontrados na China - Divulgação/Qian Wang/Texas A&M University School of Dentistry
Esqueletos sem cabeça encontrados na China - Divulgação/Qian Wang/Texas A&M University School of Dentistry

De acordo com uma nova pesquisa, antigos esqueletos sem cabeça recuperados de valas comuns na China são os restos mortais de vítimas que foram massacradas em eventos de caça à cabeça ocorridos há mais de 4 mil anos. Surpreendentemente, vale destacar, todos os 41 esqueletos sem cabeça analisados pelos pesquisadores pertenciam a mulheres e jovens.

O estudo, publicado no último dia 2 no Archaeological and Anthropological Sciences, sugere que os agressores direcionaram sua violência contra as mulheres e crianças, resultando em um "conflito interpessoal de alta crueldade". Os pesquisadores também apontam para a possibilidade de que os invasores tenham praticado um "ritual de decapitação seletiva" ao escolher suas vítimas.

Charlotte Roberts, uma professora emérita de arqueologia da Universidade de Durham no Reino Unido, que não esteve envolvida no estudo, comentou que "mulheres e crianças sem cabeça, com evidências de marcas de corte em suas vértebras do pescoço, são uma prova da brutalidade exercida sobre essas pessoas."

Crânios encontrados pelos pesquisadores / Crédito: Divulgação/Qian Wang/Texas A&M University School of Dentistry

Escavações

De acordo com o portal Live Science, o local, que é conhecido como sítio de Honghe, está localizado na província de Heilongjiang, no nordeste da China, e foi descoberto na década de 1990. As escavações, no entanto, teriam início somente no ano de 2013.

Após investigar duas casas e três túmulos, a equipe de pesquisa encontrou um total de 68 esqueletos, dos quais 41 estavam sem cabeça, datando de 4.100 a 4.400 anos atrás.

Além disso, quatro crânios pertencentes a homens foram encontrados em um poço nas proximidades. Os arqueólogos também descobriram artefatos culturais da mesma época, como cerâmica, ferramentas de osso e rocha, associados aos esqueletos.

Dos 41 indivíduos sem cabeça, 32 parecem ter sido mortos em um único evento, tornando-o o maior evento de caça à cabeça da China neolítica já registrado.

Razões rituais

Qian Wang, professor de ciências biomédicas da Faculdade de Odontologia da Universidade do Texas e autor sênior do estudo, explicou que as cabeças eram geralmente procuradas pelos inimigos por razões rituais específicas, visando conquistar ou possuir a alma e a energia dos adversários.

A maioria dos esqueletos sem cabeça apresentava cortes semelhantes, em forma de V ou U, na segunda vértebra do pescoço, indicando uma consistência na técnica e no uso de armas afiadas, provavelmente facas com lâminas de pedra. No entanto, não está claro por que mulheres e jovens foram alvos em vez de homens adultos.

Os pesquisadores sugerem que o assentamento de Honghe, uma comunidade de agricultores, caçadores e pescadores, poderia estar em conflito com outras tribos, como indicado pela presença de trincheiras no local. Portanto, é possível que o assentamento tenha sido atacado por uma tribo rival enquanto os homens estavam ausentes. Depois do ataque, os perpetradores podem ter levado as cabeças como troféus.

Além disso, os quatro crânios sem corpo encontrados em um poço podem ter sido trazidos como "troféus" pelos membros do assentamento de Honghe de outra tribo inimiga, de acordo com Wang.

+ Confira aqui o estudo completo.