O crânio descoberto em Juliópolis, na Turquia, pertence a uma mulher que viveu em 3 d.C.
No último dia 17 de agosto, o portal Research Square publicou os resultados de uma aproximação digital realizada a partir de um crânio descoberto em uma tumba de 1,7 mil anos, localizada no sítio arqueológico de Juliópolis, na Turquia.
Este é o único crânio deformado do período romano na Anatólia reconhecido por pesquisadores. O fóssil, que pertenceu a uma mulher, foi encontrado em uma tumba do século 3 d.C., junto dos conteúdos remanescentes de outras seis pessoas.
A data dos restos mortais foi estimada a partir da presença de brincos e moedas de bronze no local. Já o formato do crânio sugeriu que se tratava de uma pessoa do sexo feminino que morreu jovem, entre 25 e 35 anos, conforme repercutido pelo Galileu.
A reconstrução facial foi liderada por Cicero Moraes, designer 3D brasileiro, em conjunto com os pesquisadores Erge Butün e Evren Sertalp, da Universidade de Hacettepe, na Turquia.
Após ter sido fotografado de todos os ângulos possíveis, gerando 113 imagens, o crânio ainda mantinha seus segredos, em razão da ausência da mandíbula e de alguns dentes superiores. Mas isso não foi problema para os pesquisadores, que recriaram digitalmente as partes ausentes a partir de uma biblioteca virtual de imagens de ossos.
Em seguida, o grupo de especialistas reconstruiu a face da mulher de Juliópolis com o uso dos softwares: Blender, OrtogOnBlender e ForensicOnBlender. No artigo, os pesquisadores explicam todo o processo de reconstrução e a importância deste trabalho.
A projeção e a estrutura da face foram determinadas pelos dados adquiridos nas medidas do crânio. Por fim, foi criado o detalhamento do rosto e do cabelo, e as imagens finais foram geradas. A reconstrução facial deste crânio feminino deformado demonstrará como o povo de Juliópolis do passado pode ter sido”, esclareceu o grupo.