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Notícias / Mudanças climáticas

Desastres hídricos deixaram ao menos 8700 mortos em 2024, segundo relatório

Dados do Global Water Monitor Report, iniciativa liderada por cientistas da Universidade Nacional da Austrália, foram divulgados nesta segunda-feira, 6

por Giovanna Gomes
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Publicado em 07/01/2025, às 08h37

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Ano de 2024 foi marcado pelas enchentes no Rio Grande do Sul - Getty Images
Ano de 2024 foi marcado pelas enchentes no Rio Grande do Sul - Getty Images

Mais de 8.700 pessoas perderam a vida e cerca de 40 milhões ficaram desabrigadas em 2024 devido a desastres climáticos relacionados a chuvas ou secas. Os dados são do Global Water Monitor Report, uma iniciativa internacional liderada por cientistas da Universidade Nacional da Austrália, que monitora os impactos das mudanças climáticas no sistema hidrológico.

O relatório, divulgado nesta segunda-feira, 6, revela que recordes de precipitação mensal foram registrados em 27% mais locais no ano passado do que no início deste século. Já os eventos extremos de seca aumentaram 38% no mesmo período.

"O ano de 2024 foi um ano de extremos, mas não numa ocorrência isolada. Ele se encaixa em uma tendência de piora de inundações mais intensas, secas prolongadas e extremos recordes", explicou Albert van Dijk, líder do projeto, segundo o portal O Globo. Ele destacou que essas mudanças afetam a disponibilidade de água e aumentam os riscos para infraestruturas, ecossistemas e vidas humanas.

O Brasil foi um dos países impactados por esses desastres, com enchentes no Rio Grande do Sul, que resultaram em 80 mortes. A seca na Amazônia também colocou o país entre os mais atingidos. A escassez de água no bioma interrompeu rotas de transporte, afetou a geração de energia hidrelétrica e contribuiu para incêndios florestais que queimaram mais de 52 mil quilômetros quadrados em setembro.

Em escala global, o relatório apontou que o ano de 2024 registrou eventos climáticos extremos em várias regiões. O episódio mais mortal ocorreu em Papua-Nova Guiné, onde chuvas intensas provocaram deslizamentos de terra e inundações, deixando cerca de 2.000 mortos. Na África Central, as enchentes durante o período de monções resultaram em 1.500 mortes e 1,5 milhão de desabrigados, enquanto no Sul da Ásia, chuvas fortes causaram mais de 1.400 mortes e deslocaram outras 1,5 milhão de pessoas.

Além das tragédias humanas, os prejuízos financeiros foram significativos. A seca no sul da África, por exemplo, causou perdas estimadas em US$ 5,5 bilhões, agravando a insegurança alimentar na região. Globalmente, os estoques de água doce em lagos e reservatórios diminuíram pelo quinto ano consecutivo, com quedas históricas na América do Sul e na África.

Cenário preocupante

Os cientistas alertam para um cenário preocupante em 2025, com potenciais secas intensificando-se em regiões como o norte da América do Sul, o sul da África e a Ásia Central. Por outro lado, áreas na Europa, na Ásia e no centro e leste da África enfrentam risco maior de inundações devido à saturação hídrica.

Segundo o relatório, essas tendências refletem o impacto contínuo do aquecimento global, que acelera o ciclo de evaporação e precipitação, intensificando os eventos extremos.

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