Em comunicado enviado ao Aventuras na História, o parlamentar fala sobre a apresentação do livro "Minha Luta" no plenário
O deputado estadual João Henrique Catan (PL) chamou atenção de colegas no plenário da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul em 7 de março deste ano, ao apresentar a autobiografia do líder nazista Adolf Hitler criticar o Poder Executivo local.
Após a criação de 2,5 mil cargos comissionados, ele comparou a situação do Governo do Estado com a chegada de Hitler ao poder, se utilizando de manobras políticas para diminuir a força da oposição. Na fala, ele ainda acrescentou que trouxe o livro de outro país, visto que, em território nacional, é proibida a comercialização de itens que façam referência ao nazismo.
"Aqui eu trago, senhor presidente, um livro que este parlamentar ficou com medo na sua viagem de retorno ao Brasil, senhor presidente. Fiquei com medo de entrar com esse livro no Brasil, porque à época um juiz talvez mais ditador do que Adolf Hitler suspendeu a entrada e as vendas do Mein Kampf, Minha Luta, Minha História, Minha Vida, de Adolf Hitler, onde aqui retrata suas estratégias para aniquilar, fuzilar, o parlamento e os direitos de representação popular. Senhor presidente, é com a apresentação do 'Mein Kampf' de Hitler que peço para que este parlamento se fortaleça, se reconstrua, se reorganize nos rumos do que foi o parlamento europeu da Alemanha e que serviu, após sua reconstrução, de inspiração, inclusive para nós estarmos hoje aqui através do nosso direito constitucional brasileiro, que se inspira no modelo romano germânico. Era o que tinha, senhor presidente, para encaminhar o voto favorável a aprovação do requerimento."
Esta semana, João entrou em contato com o portal Aventuras na História para explicar a situação, destacando que não enalteceu o nazismo, Hitler ou os ideais impostos no livro apresentado, intitulado "Minha Luta". Em nota, ele destacou que repudia o período nazista e que apresentou a obra como uma forma de manifestação por transparência pelos cargos criados.
+Relembre o incêndio no Reichstag, responsável por destruir o Parlamento alemão;
O comunicado ainda acrescenta “cortes ou fragmentos de discursos” tirados de contextos escarnecem o real significado de sua fala completa feita na Assembleia Legislativa, que visava unicamente atuar “em prol da sociedade e fiscalizando o poder Executivo em prática completamente suspeita”.
“Nossa fala foi CONTRA o nazismo, contra a aniquilação do parlamento por Hitler, contra a cassação dos direitos políticos, contra as estratégias usadas por Hitler para enfraquecer e acabar com o parlamento. O Governo do Estado orientou sua base a votar contra um requerimento simples, que visava detalhar as contratações com cargos comissionados do estado. Coisa simples, da atividade fiscalizatória e devido exercício da atividade parlamentar. A citação foi justamente oposta a esse sentido, em crítica às estratégias de Hitler para anular o parlamento, corrompera democracia, até que colocou, por meio de infiltrado, fogo no parlamento alemão. A crítica revela que a democracia no nível estadual está fragilizada, de maneira disfarçada, institucionalizada, legalizada pelo governador do Estado, pela coalisão, está entrando em autofagia, ao queimarem a independência do parlamento estadual. Ou seja, Hitler anulou o parlamento colocando fogo no prédio, o Governo do Estado do MS ateou fogo no parlamento estadual construindo sua base para que renunciem ao exercício e independência da atividade parlamentar.”