Pesquisadores analisaram vestígios encontrados em cerâmicas utilizadas pelo povo Nok
Ingredi Brunato, sob supervisão de Penélope Coelho Publicado em 19/04/2022, às 13h30 - Atualizado em 24/04/2022, às 09h00
Os Nok foram uma civilização que habitou a região que hoje corresponde à Nigéria no período entre 1.500 a.C. e 300 d.C.
Uma pesquisa publicada no início de 2022 investigou elementos orgânicos — ou, em outras palavras, restos da comida consumida pelo povo Nok — presentes em nada menos que 458 potes de cerâmica.
A conclusão foi de que a alimentação seguida pelo grupo era composta majoritariamente por plantas, como berinjela africana, quiabo, feijão-fradinho, bombax e folhas verdes.
Para chegar à descoberta, foram realizadas análises químicas de moléculas de óleo e gordura coletadas das cerâmicas. Conforme explicado por Julie Dunne, a líder do estudo, ao site The Conversation, através desse método eles foram capazes de encontrar uma "impressão digital biomolecular" dos alimentos cozinhados naqueles potes pré-históricos.
"O que encontramos na cerâmica Nok foi evidência química de uma notável variedade de plantas. É impossível dizer quantas, mas isso sugere que, como hoje, uma grande variedade de folhas verdes foi processada junto com cereais, leguminosas e o que provavelmente era inhame", afirmou a pesquisadora.
Vale mencionar que os sítios arqueológicos onde esse povo africano pré-histórico realizava suas plantações foram pouco preservados ao longo do tempo. Antes dessa investigação científica, existiam poucas pistas a respeito da dieta seguida por eles.
"Esses resultados empolgantes nos permitiram ir além da identificação de refeições que se pensava consistir principalmente de carne e tubérculos. Podemos agora confirmar (...) a preparação de refeições antigas combinando vegetais, leguminosas, tubérculos e, possivelmente, ervas e especiarias, na África Ocidental pré-histórica", concluiu Dunne.
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