A indignação da população do Irã, que já motivou mais de dez dias de manifestações, tem sido recebida com repressão policial
O Irã vive um período de caos social após a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que foi espancada pela polícia do país após ser vista andando em público sem fazer uso de um hijab, e acabou falecendo em decorrência do episódio.
A indignação gerada pelo caso levou a população iraniana às ruas para se manifestar contra o rígido código de vestimenta imposto às mulheres pelo governo. Os protestos, que já duram mais de dez dias, foram recebidos com forte repressão policial.
Os agentes da lei dispararam tiros através da multidão, e realizaram diversas prisões, conforme repercutido pelo The Guardian.
Os dados oficiais apontam 41 fatalidades, porém A Iran Human Rights (IHR), uma organização sem fins lucrativos que luta pela defesa dos direitos humanos no Irã, estima que, na verdade, foram 76 pessoas que morreram até agora.
Já os números de prisões feitas ultrapassa a casa das 700. Dentre essas, o Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) acredita que 20 sejam repórteres que faziam a cobertura das manifestações e foram detidos durante batidas policiais às suas casas no meio da noite, indicando um grave ataque à liberdade de imprensa no país.
As forças de segurança — que confiscaram os aparelhos eletrônicos dos jornalistas — não identificaram qual agência eles representavam nem produziram mandados de prisão ou explicação das acusações", afirmou uma fonte anônima, segundo a CPJ.
Outra medida tomada pelo governo do Irã que vem dificultando a circulação de informação entre manifestantes ocorre na forma de "apagões" que cortam a internet da população.