O espancamento de Mahsa Amini por policiais, que levou à sua morte, geraram indignação através do país
A história de Mahsa Amini, uma jovem de apenas 22 anos que sofreu um espancamento policial após ser flagrada sem usar um hijab, e acabou falecendo devido aos seus ferimentos na última sexta-feira, 19, despertou a indignação do Irã.
A população do país foi às ruas da capital para protestar contra as chamadas Leis do Hijab, que tornam o uso do véu obrigatório para as mulheres iranianas. O presidente do território, Ebrahim Raisi, assinou ainda um decreto recentemente que tornou mais severas as punições para aquelas que não cumprirem o código de vestimenta.
Segundo informações repercutidas pelo The Guardian, nesta terça-feira, 20, as manifestações, que querem o fim dessa dura legislação, já duram quatro dias. Embora muitas sejam pacíficas, elas contam com forte repressão por parte dos agentes da lei. Até o momento, três pessoas morreram.
O governador de Teerã, a capital da nação, criticou os protestos através de sua conta oficial do Twitter.
Os principais elementos do núcleo inicial das manifestações em Teerã esta noite foram totalmente organizados, treinados e planejados para criar distúrbios. Queimar a bandeira, jogar diesel nas estradas, atirar pedras, atacar a polícia, incendiar o motor e as latas de lixo, destruir bens públicos, etc…", escreveu Mohsen Mansouri.
Os órgãos oficiais do Irã estão buscando argumentar que o falecimento de Amini foi causado por uma condição cerebral pré-existente, e não pela violência sofrida nas mãos dos policiais, ainda de acordo com o The Guardian.
Nada Al-Nashif, todavia, que é a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, está pedindo pela investigação aprofundada do caso.
A trágica morte de Mahsa Amini e as alegações de tortura e maus-tratos devem ser investigadas de forma imediata, imparcial e eficaz por uma autoridade competente independente”, disse a líder internacional.