No país, aves são vendidas em mercados clandestinos para restaurantes, onde são consumidas como um prato local
Um relatório elaborado pela BirdLife Cyprus com o apoio da RSPB e do Comitê Contra o Abate de Aves (Cabs) relacionou o aumento do número de aves capturadas para consumo humano no Chipre a cortes nos recursos anti-caça furtiva em área de base militar britânica. De acordo com a fonte, mais de 400.000 pássaros canoros foram mortos somente no outono passado.
As redes de crime organizado utilizam iscas e alto-falantes reproduzindo o canto das aves para atrair pequenas aves, que são capturadas com redes de "névoa" ou galhos revestidos de cola. Essas aves são então vendidas em mercados clandestinos para restaurantes, onde são consumidas como um prato local chamado "ambelopoulia".
Segundo informações do portal The Guardian, o relatório revelou que 435.000 aves foram mortas dessa maneira somente no outono de 2023, representando um aumento de 90.000 em relação a 2022.
As aves capturadas são, em sua grande maioria, migratórias e muitas estão em declínio acentuado no Reino Unido. Embora a prática de capturar aves canoras seja proibida no Chipre desde 1974, ela continua sendo realizada em grande escala.
O relatório também destacou que o aumento na captura de aves foi especialmente notório na Área de Base Soberana (SBA), uma base militar britânica em Chipre, onde as redes de armadilhas aumentaram 41% em comparação com o ano anterior. Isso ocorreu após uma redução significativa nos recursos da unidade anti-caça furtiva da SBA no início da temporada de armadilhas de outono de 2023.
Os especialistas enfatizam a importância de manter os recursos policiais para combater essa atividade criminosa e proteger as aves migratórias. Além disso, estão sendo realizadas campanhas de conscientização para promover a conservação das aves e mudar comportamentos locais em relação ao consumo.