Chef de cozinha russo que vive na França foi preso, suspeito de conspirar para "desestabilização em grande escala" durante Jogos Olímpicos de Paris
Publicado em 24/07/2024, às 11h18
No último domingo, 20, um chef de cozinha russo de 40 anos foi preso em Paris, suspeito de conspirar com uma potência estrangeira para encenar atos de "desestabilização em grande escala" para os Jogos Olímpicos. O homem vive na França há 14 anos, e foi encontrado em seu apartamento, no centro de Paris, um documento ligado a unidade de elite das forças especiais russas.
Segundo divulgado por autoridades francesas, uma investigação judicial foi aberta antes de o apartamento do russo ser investigado, sobre alegações de compartilhamento de "inteligência com uma potência estrangeira com vistas e provocar hostilidades na França".
No país, o crime é punível com até 30 anos de prisão; o suspeito, embora não tenha sido confirmado na acusação, foi colocado em prisão preventiva. Também foi informado que as buscas no apartamento do homem foram feitas a pedido do Ministério do Interior francês.
Conforme divulgado pela mídia francesa, foram encontradas no apartamento evidências que sugerem que o cozinheiro estava preparando um "projeto de grande escala", que poderia desencadear consequências sérias nas três semanas dos Jogos Olímpicos. A cerimônia de abertura ocorrerá na noite da próxima sexta-feira, 26, às margens do Rio Sena.
Conforme repercutido pelo jornal francês Le Monde, serviços de inteligência da França ouviram, há dois meses, ligações entre o indivíduo suspeito e um agente dos serviços de inteligência da Rússia. É mencionado que o suspeito declarou que "os franceses farão uma cerimônia de abertura como nunca houve antes".
No entanto, de acordo com o The Guardian, não foram fornecidos detalhes sobre a natureza da conspiração. Porém, não se acredita que o complô seja relacionado a terrorismo; embora já exista há muito tempo preocupações de que a Rússia interferiria nos eventos.
Também é mais detalhado pelo jornal francês que o chef russo vive em Paris há mais de 10 anos: ele chegou na França em 2010, vivendo por algum tempo em Courchevel, até que, em 2012, partiu para Paris. Descrito em seu currículo como "chef particular", ele já participou de reality shows e programas de culinária russos, e treinou gastronomia na França.
O telefonema com seu manipulador russo foi captado em maio, quando ele retornava de uma viagem de Istambul a Paris. No momento em que a conversa foi monitorada, ele estava retornando pela Bulgária, depois de perder o voo por consumo excessivo de álcool.
Na casa do suspeito, policiais da brigada de elite de pesquisa e intervenção (BRI) encontraram "documentos de interesse diplomático", mas a natureza deles não foi revelada. Vale mencionar que, no mês passado, a Microsoft havia alegado que a Rússia tentava prejudicar as Olimpíadas com sites falsos que reproduziam veículos franceses, a fim de alimentar preocupações sobre violência e terrorismo.
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Por isso, inclusive, nesta semana o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, disse a veículos franceses que mais de um milhão de pessoas já teriam sido examinadas antes dos jogos: "Estamos aqui para garantir que o esporte não seja usado para espionagem, ataques cibernéticos ou para criticar e às vezes até mentir sobre a França e os franceses", afirmou.
