A substância usada para pintura labial parece ter sido fabricado seguindo uma fórmula muito semelhante às usadas atualmente pela indústria cosmética
Um estudo científico publicado recentemente na Scientific Reports anuncia a descoberta do mais antigo batom já encontrado. O cosmético foi achado no interior de um frasco datado da Idade do Bronze — ou, mais especificamente, do milênio 2 a.C.
De pigmentação vermelha, ele havia sido feito através da mistura de hematita, manganita e braunita, que são substâncias minerais, com ceras de origem vegetal e outros materiais orgânicos.
Enquanto os minérios conferiam a cor ao objeto, sua base orgânica determinava a consistência, conforme repercutido pelo portal Greek Reporter. As receitas modernas de batom, aliás, seguem fórmulas semelhantes.
O cosmético ancestral foi fabricado pelo governo de Marḫaši, cujo reino nunca teve sua localização determinada com precisão. Ele costuma ser referenciada, porém, por textos produzidos na Mesopotâmia, e alguns cientistas acreditam que o regime foi parte da civilização Jiroft.
Esse povo antigo ficava assentado em um vale repleto de rochas, de forma que tinha ampla fonte de matérias-primas para a criação de cosméticos. Além disso, as evidências históricas indicam que as sociedades mesopotâmias possuíam um bom conhecimento sobre processos químicos.
A descoberta recente ajuda a reconstruir uma parte importante do passado da indústria da maquiagem. Já possuíamos evidências de lápis de olho, delineadores e sombras sendo desenvolvidos há 5 mil anos, mas, quando se trata de pinturas labiais, esse é o vestígio mais antigo a ser encontrado até agora.
Outro detalhe importante é que a civilização Jiroft teve vários de seus cemitérios saqueados no início deste milênio, de forma que muitas informações valiosas sobre ela infelizmente se perderam antes de chegar aos arqueólogos.